Venezuela inicia alistamento em massa diante das ameaças norte-americanas

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, divulgou uma mensagem nas primeiras horas deste sábado (23/08) para convidar a população a se juntar neste fim de semana à jornada de alistamento na Milícia Bolivariana anunciada pelo presidente Nicolás Maduro, para enfrentar as ameaças intervencionistas dos Estados Unidos (EUA).

“O presidente Nicolás Maduro Moros nos convoca para o Alistamento Nacional e chama às fileiras todos aqueles que sentem a Venezuela em nossa fibra mais profunda, nas praças Bolívar do país e nos quartéis militares”, escreveu a vice-presidente em seu canal no Telegram.

“A insolente potência dos EUA ousa ameaçar nossa pátria. Nossa resposta como povo unido será firme, com alta consciência patriótica e orgulho de nossa dignidade histórica”, afirmou. “Neste sábado, 23, e domingo, 24 de agosto, VAMOS TODOS nos alistar pela Venezuela, pela paz e pelo futuro de nossos filhos”, concluiu Rodríguez.

Nesta sexta-feira (22/08), o presidente Nicolas Maduro convocou todas as fileiras da milícia para se alistarem neste sábado (23/08) e domingo (24/08). Perante a Assembleia Nacional, ele convocou a defesa dos direitos à autodeterminação, ao pleno exercício da soberania e ao gozo da paz conquistada, no âmbito de uma Venezuela democrática, pacifista, independente e livre de qualquer potência imperialista.

Unidade nacional

Maduro destacou que a riqueza da Venezuela transcende seus recursos minerais. Afirmou que, além do petróleo, do ferro, do ouro ou do gás, a verdadeira força da nação reside em sua herança moral, espiritual e ética, legado fundamental dos libertadores.

Em favor da unidade nacional, o presidente venezuelano reiterou: “não é tempo de diferenças políticas nem de cores, pois uma única bandeira nos protege: amarela, azul e vermelha”.

Venezuela inicia alistamento em massa neste final de semana contra ameaças dos Estados Unidos
Imprensa Presidencial da Venezuela

O alistamento na Milícia Nacional Bolivariana ocorre em um contexto marcado pela ameaça de implantação militar dos Estados Unidos no Caribe, que põe em risco a Zona de Paz declarada na América Latina e no Caribe desde 2014; e pela tentativa de vincular as autoridades do governo venezuelano ao narcotráfico, incluindo o presidente Maduro, para justificar um capítulo de agressão armada, no que representa uma nova escalada da guerra psicológica desencadeada por Donald Trump.

A Declaração da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, aprovada em 2014 durante a Cúpula da Celac em Havana, Cuba, reflete o compromisso regional, além das diferenças políticas, de promover a resolução pacífica de conflitos e rejeitar o uso ou a ameaça da força.

Além disso, estabelece a obrigação dos Estados de respeitar a não intervenção, direta ou indireta, nos assuntos internos de outros países e de cumprir os princípios de soberania nacional, igualdade de direitos e autodeterminação dos povos. Esses compromissos reafirmam o respeito ao direito internacional e aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas.