Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês Xi Jinping irão se encontrar nesta quinta-feira (30/10), em Seul, para uma reunião considerada decisiva no contexto da guerra comercial e das tensões geopolíticas entre as duas potências.

Esta será a primeira conversa direta entre os dois desde o retorno do republicano à Casa Branca, em janeiro deste ano. O encontro ocorrerá à margem da Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), no encerramento da viagem de Trump pela Ásia, que incluiu paradas na Malásia e no Japão.

“Temos muito a conversar com o presidente Xi, e ele tem muito a conversar conosco. Acho que teremos uma boa reunião”, declarou Trump antes de embarcar ao país. O principal ponto da agenda será o impasse tarifário, ante a ameaça dos Estados Unidos de imporem tarifas de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro.

A medida seria uma resposta às restrições de Pequim em relação às exportações de terras raras — minerais essenciais para indústrias de alta tecnologia, como a de smartphones e aviões de combate. “Temos uma boa chance de fazer um acordo abrangente”, afirmou Trump a jornalistas.

Washington vem reagindo às restrições da China sobre a exportação dos minerais e tecnologias associadas, justificadas por Pequim como medida de “segurança nacional”. A China domina quase totalmente o refino desses elementos, enquanto Washington tenta diversificar fornecedores a partir de acordos com Austrália e Tailândia.

Trump e Xi se reúnem nesta quinta (30) em meio à escalada na guerra comercial
Shealah Craighead / White House

Segundo o principal negociador chinês, Li Chenggang, os dois países já alcançaram “um consenso preliminar” em várias frentes, após reuniões preparatórias em Kuala Lumpur no fim de semana.

Outras pautas

O mandatário norte-americano também  afirmou que pretende discutir a compra de soja norte-americana pela China: “quero que nossos fazendeiros sejam bem atendidos. E ele [Xi] também tem seus interesses”. E adiantou que abordará o tema do fentanil, buscando mais pressão sobre Pequim para conter o tráfico do opioide.

Os Estados Unidos também pretendem pedir ajuda da China na mediação com Moscou, na guerra entre Rússia e Ucrânia. “Gostaria que a China ajudasse nesse processo”, disse Trump a bordo do Air Force One.

Na semana passada, os EUA impuseram sanções a empresas russas de energia, provocando protestos de Pequim, que considerou as medidas “sem base no direito internacional”.

Outro tema sensível é o status de Taiwan. Trump reafirmou que a questão estará na pauta. “Acho que a China não quer invadir Taiwan”, disse, ressaltando sua “boa relação” com Xi Jinping. Anteriormente, o secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou que Washington “não cogita abandonar Taiwan em troca de um acordo comercial”.

Trump deve ainda pedir a libertação do empresário e ativista de mídia Jimmy Lai, preso em Hong Kong, informa The Guardian.