Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (27/10) que a inteligência do país caribenho desmantelou três ações da CIA, a agência de espionagem norte-americana, cujo objetivo seria a derrubada de seu governo a partir da desestabilizarão de Caracas.

“Entre o sábado pela noite (25/10) e o domingo (26/10) pela madrugada se realizaram um conjunto de capturas do que poderia ser um grupo de mercenários financiados e treinados pela CIA. Isso nos levou a descobrir um plano de autoataque que a CIA faria contra seus navios militares posicionados em frente da Venezuela, em Trinidad e Tobago”, afirmou o mandatário, durante o programa Con Maduro+, transmitido pela VTV, a TV estatal venezuelana.

De acordo com o mandatário, as outras duas ações incluiriam uma ataque na Praça Venezuela e uma agressão contra a antiga embaixada dos Estados Unidos.

Há cerca de duas semanas, o presidente Donald Trump admitiu que autorizou operações da CIA em território venezuelano. “Autorizei por duas razões, na verdade. Número um: eles [Venezuela] esvaziaram suas prisões e enviaram [os presos] para os EUA. E a outra coisa são as drogas. Recebemos muitas drogas vindo da Venezuela, e grande parte das drogas venezuelanas entram pelo mar, então você precisa ver isso, mas também vamos detê-las pela terra”, disse, ao justificar a operação.

Plano incluiria autoataque, ataque na Praça Venezuela e agressão contra a antiga embaixada dos Estados Unidos
Prensa Presidencial

Rompimento com Trinidad e Tobago

Além do anúncio de desmantelamento das operações que teriam sido promovidas por Washintgon, Maduro também afirmou, nesta segunda-feira, que aprovou a suspensão do acordo energético com Trinidad e Tobago.

“Diante da ameaça da primeira-ministra [Kamla Persad-Bissessar] de transformar Trinidad e Tobago no porta-aviões do império norte-americano contra a Venezuela, contra a América do Sul, resta apenas uma alternativa”, disse o mandatário venezuelano.

A interrupção do fornecimento de gás ao país vizinho havia sido solicitada pela vice-presidenta e ministra de Hidrocarbonetos, Delcy Rodríguez, como resposta ao treinamento militar de fuzileiros navais dos Estados Unidos que ocorre nesta semana em Porto Espanha.

“Este é um território de paz, mas aqui chegaram submarinos nucleares para ameaçar a Venezuela. Por conta disso, esta diretoria, assim como sua operadora PDVSA, decidiu propor ao presidente Nicolás Maduro a denúncia imediata do acordo de cooperação energética entre a República de Trinidad e Tobago e a República Bolivariana da Venezuela e, consequentemente, que todos os acordos de gás que a Venezuela mantém com Trinidad e Tobago sejam suspensos”, disse Rodríguez.

Novas ameaças

Ainda nesta segunda-feira, dois bombardeiros B-1B da Força Aérea dos Estados Unidos sobrevoaram o mar do Caribe, perto da costa venezuelana, conforme registrou a plataforma de monitoramento de voos Flightradar24. Essa é a terceira demonstração de força deste tipo registrada em um intervalo de três semanas.

Nesta terça-feira (28/10), Trump defendeu os ataques contra embarcações de pequeno porte que navegavam em águas caribenhas, que tiveram início no começo de setembro. Foram ao menos 10 bombardeios, que deixaram pelo menos 43 mortos, sob a justificativa de um suposto combate ao narcotráfico na região.

“Cada um desses barcos que nós atingimos matam, em média, 25 mil pessoas. Pessoas dos Estados Unidos, todos os anos. Então, nós temos que detê-los, e nós os detivemos”, disse Trump, a uma plateia de militares norte-americanos que o ouviam a bordo do porta-aviões USS George Washington, na base naval de Yokosuka, no Japão. Até o momento, o presidente dos Estados Unidos não apresentou provas de que os alvos dos ataques no Caribe se tratam, de fato, de narcotraficantes.