Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou o povo venezuelano a derrotar “a guerra psicológica, midiática, ocidental” promovida pelos Estados Unidos contra o país. Durante a 96ª edição de seu programa semanal Con Maduro+, na segunda-feira (03/11), o líder bolivariano afirmou que “os meios ocidentais e estrangeiros que odeiam a Venezuela” têm como objetivo destruir sua nação, alimentando as alegações infundadas de narcotráfico.

“A maior garantia, que temos como coletivo nacional, como país, como sociedade, é o trabalho construtivo, nas comunidades”, destacou o presidente. “Vamos deixar a guerra psicológica para trás. A melhor maneira de derrotar essa guerra psicológica é com fatos, obras e ações, em vez de rumores e mentiras”.

Ainda em seu programa, o chefe de Estado saudou as mobilizações nacionais em defesa da paz. Em agosto, Maduro iniciou um processo nacional de alistamento militar em resposta à escalada de tensões com o governo de Donald Trump. A convocatória incluiu tanto integrantes da Milícia Nacional Bolivariana quanto reservistas e cidadãos dispostos a se unir ao chamado.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro pediu ao povo para lutar contra mentiras lançadas pela mídia ocidental sobre seu país
Imprensa Presidencial

Por outro lado, Maduro destacou o progresso econômico e diplomático venezuelano diante das medidas coercitivas norte-americanas, enfatizando a cooperação abrangente com a Rússia e a produção nacional como pilares de resistência.

“Estamos construindo um modelo econômico de treze motores que prioriza a produção de alimentos”, disse o presidente, acrescentando que o índice de abastecimento atinge entre 90% e 98% com produtos nacionais graças ao método PAE (Produção, Abastecimento e Exportação). “Já estamos atendendo a ambos: oferta total com produção nacional. Agora, o desafio é aumentar as exportações com produção de qualidade”.

Ao mencionar o recente encontro do Conselho Empresarial Rússia-Venezuela, que reuniu 370 empresários de ambas as nações em mesas de negócios, e a inauguração da rota aérea Caracas-São Petersburgo operada pela Conviasa, Maduro confirmou o avanço de “um plano que está em vigor há quase 25 anos de cooperação abrangente”.

Em relação às questões envolvendo segurança, o chefe de Estado informou a apreensão de 63 toneladas de drogas e 415 aeronaves, enfatizando que a Venezuela possui um sistema avançado contra o narcotráfico e está 100% livre do narcotráfico colombiano: “a Venezuela é uma sociedade de baixíssimo consumo de drogas”.

Desde setembro, os Estados Unidos já bombardearam pelo menos 15 barcos, matando pelo menos 64 pessoas. O chefe de direitos humanos das Nações Unidas (ONU), Volker Türk, denunciou os ataques norte-americanos. Sua porta-voz, Ravina Shamdasani, defendeu medidas contra “o assassinato extrajudicial de pessoas”, em declaração na sexta-feira (31/10).

“Esses ataques e seus crescentes custos humanos são inaceitáveis. Os Estados Unidos devem deter esses ataques e tomar todas as medidas necessárias para evitar o assassinato extrajudicial de pessoas a bordo desses barcos, qualquer que seja a conduta criminosa alegada contra eles”, disse a representante.

Em entrevista ao programa 60 Minutes, da emissora norte-americana CBS, Trump foi questionado se “os dias de Maduro como presidente estão contados”. Na entrevista, Trump respondeu que “eu diria que sim, acho que sim”.

Com relação à possibilidade de ataques terrestres na Venezuela, o republicano não confirmou, mas também não negou a hipótese.

(*) Com Telesur