Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse esperar que Donald Trump tenha “uma relação civilizada” com o Brasil, afirmando que o republicano é apenas o “presidente dos Estados Unidos” e não “o imperador do mundo”.

As declarações do mandatário brasileiro, diante de um possível encontro entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que ocorrerá a partir da próxima terça-feira (23/09) em Nova York, foram feitas em entrevista à BBC News.

Apesar do desgaste nas relações diplomáticas entre Brasília e Washington, especialmente provocado pelo tarifaço norte-americano contra o Brasil, Lula disse não ver problema em cumprimentar Trump durante o evento.

“Eu fui à ONU muitas vezes. Há presidentes que eu encontro e outros que eu não encontro, e assim será com Trump. Se ele passar perto de mim, vou cumprimentá-lo porque eu sou cidadão civilizado, converso e estendo a mão pra todo mundo”, declarou Lula.

“Ele pode ter simpatia pelo Jair Bolsonaro, mas eu sou o presidente, ele tem que negociar com o Brasil”, disse Lula em relação a Trump
Ricardo Stuckert / PR

O presidente brasileiro reiterou que não tem “nenhum problema pessoal” com Trump e que “nasceu na vida política negociando”. Assim, “se for necessário negociar” com o republicano, o fará.

“O que eu quero é que o Brasil seja tratado com respeito e o que aconteceu até agora não foi isso”, acrescentou à BBC News.

Lula disse que, apesar de Trump negar “tudo aquilo que é habitualmente conhecido” em relação ao respeito às instituições democráticas, esse cenário não altera a relação do Brasil com os EUA.

O líder brasileiro ainda falou sobre a proximidade do republicano com Jair Bolsonaro, ex-mandatário brasileiro (2019-2022) condenado por tentativa de golpe de Estado no Brasil — a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) virou motivação para Trump anunciar as taxações contra o Brasil.

“Se Donald Trump foi eleito pelo povo norte-americano, ele é o presidente dos EUA, e é com ele que eu tenho que ter relações. E da mesma forma comigo. Ele pode ter uma simpatia pelo Jair Bolsonaro, mas eu sou o presidente, ele tem que negociar com o Brasil. É assim que dois chefes de Estado se comportam”, acrescentou.

(*) Com Ansa e RT en español