Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse na manhã desta quinta-feira (26/12) que acompanha a situação em Moçambique “com preocupação“.

A posição brasileira ocorre após o Conselho Constitucional moçambicano declarar o candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Daniel Chapo, como presidente.

Por conta da decisão, protestos ocorridos no país deixaram 21 mortos, resultado dos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança. Porém, os números de mortos podem ser maiores.

Em nota, o Itamaraty recorda que esses registros se deram após “distúrbios de rua e fuga de detentos”.

Veja | Dezenas de mortos em protestos desde segunda: o que está acontecendo em Moçambique?

“O governo brasileiro acompanha, com preocupação, a repercussão do anúncio, pelo Conselho Constitucional, em sessão de 23/12, da eleição do candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Daniel Chapo, como presidente da República. Manifestações, distúrbios de rua e fuga de detentos se seguiram à decisão, com registro de dezenas de vítimas fatais e feridos”, afirmou a chancelaria.

O comunica fala que Brasília pede ao novo governo e oposição de Moçambique a “máxima contenção e ao diálogo sem prerrequisitos”, no sentido de “garantir a paz, estabilidade e valores democráticos”.

Além disso, o governo recomenda que brasileiros que estão no país ou com viagem marcada para o território moçambicano “mantenham-se informados sobre a situação de segurança nas áreas onde se encontram e evitem aglomerações”.

Daniel Chapo, do Frelimo, em Moçambique

Reprodução / @daniel_chapo24
Conselho Constitucional de Moçambique vitória de Daniel Chapo, candidato do partido governista Frelimo

O que está acontecendo em Moçambique?

O Conselho Constitucional de Moçambique oficializou no dia 23 de dezembro a vitória de Daniel Chapo, candidato do partido governista Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) à Presidência.

Ele alcançou 65,17% dos votos nas eleições gerais realizadas em 9 de outubro deste ano e deverá suceder o atual presidente, Filipe Nyusi.

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O principal opositor de Chapo, Venâncio Mondlane, contudo, contesta os resultados. Concorrendo pelo partido Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), de extrema-direita, Mondlane obteve 24% dois votos.

Mondlane é pastor evangélico e incitou seus eleitores a reagirem ao resultado da votação já em outubro, questionando a transparência dos resultados iniciais que apontavam para a vitória de Chapo.

Desde então, foram mais de 230 incidentes em todo o país. Além dos 21 mortos, foram contados 25 feridos , segundo o balanço do governo.

As informações foram concedidas pelo ministro do Interior, Pascal Ronda, que detalhou que entre os feridos estavam policiais e civis.

(*) Com colaboração de Duda Blumer.