Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O grupo de militares que sequestrou o agora ex-presidente do Níger, Mohamed Bazoum, realizou uma transmissão em rede nacional na noite desta quarta-feira (26/07), de dentro do palácio presidencial, para anunciar que estava tomando o poder no país, colocando fim ao governo do mandatário que continua sendo mantido como refém.

A transmissão durou pouco mais de quatro minutos e mostrou dez membros do grupo militar insurgente, liderados pelo coronel major Amadou Abdramane, que leu o comunicado para a nação. Segundo a imprensa local, também foi ele quem comandou a operação que resultou no sequestro de Bazoum.

Segundo Abdramane, o grupo agiu em função da “necessidade de colocar fim ao regime que vem deteriorando a segurança e as instituições do país”.

Durante o comunicado, o líder insurgente admitiu que seu grupo não contava com o apoio do alto comando das Forças Armadas, mas sim do general Omar Tchiani, que era chefe da guarda presidencial do Níger e foi demitido por Bazoum recentemente.

Contudo, Abdramane assegurou que as Forças Armadas nigerinas acabaram entregando seu apoio ao grupo pouco antes de ele decidir fazer a transmissão, e que tal medida teria sido o elemento que consolidou o fim do governo de Bazoum.

Grupo insurgente que sequestrou presidente Mohamed Bazoum realizou transmissão em rede nacional para dizer que recebeu apoio das Forças Armadas

Reprodução RTN Níger

Grupo insurgente realizou transmissão em rede nacional para anunciar concretização do golpe de Estado no Níger

O líder insurgente também afirmou que as Forças Armadas fecharão as fronteiras do país para impedir qualquer tipo de intervenção estrangeira, e que será imposto um toque de recolher em todas as cidades do país.

Histórico de golpes de Estado

O Níger era uma antiga colônia francesa no Noroeste da África, que alcançou sua independência em 1960. Desde então, o país teve cinco presidentes civis, sendo que os três primeiros foram vítimas de golpes de Estado: Hamani Diori (primeiro presidente da história do país), em 1974; Mahamane Ousmane, em 1996; e Mamadou Tandja, em 2010.

Também houve um golpe de Estado contra o presidente militar Ibrahim Baré Maïnassara, em 1999, em ação ainda mais violenta, já que terminou com o assassinato do então mandatário.

O golpe contra Bazoum foi, portanto, o quinto registrado nos 63 anos de história do país, e interrompe um período democrático de 12 anos, desde a posse do presidente civil Mahamadou Issoufou, em abril de 2011.

Com informações de RT.