Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em uma declaração conjunta divulgada nesta segunda-feira (25/08), os partidos libaneses Hezbollah e Movimento Amal convocaram um protesto em massa para 27 de agosto. Os movimentos de resistência enfatizaram que o ato é uma resposta às decisões governamentais emitidas em 5 e 7 de agosto de 2025, que, segundo eles, “contradizem o interesse nacional superior, o Acordo de Taif e a fórmula de coexistência”.

O Escritório Central do Trabalho do Movimento Amal e a Unidade Central de Sindicatos e Trabalhadores do Hezbollah instaram os “trabalhadores do Líbano, seus produtores e sindicalistas honrados” a se reunirem na quarta-feira, 27 de agosto, na Praça Riad al-Solh, em Beirute.

De acordo com o Al Mayadeen, a declaração enfatiza “uma afirmação do direito do Líbano de preservar sua soberania e do direito de seu povo e da resistência de defender e libertar sua terra da ocupação israelense. Reflete a fé na santidade da resistência e em suas armas honrosas que defendem a nação, e um compromisso de proteger as decisões oficiais do Líbano de pressões externas, sob o lema: ‘Longe de nós aceitar a humilhação’”.

Acrescentou: “Já resistimos o suficiente diante dos desafios que nossa nação enfrenta, e chegou a hora de expressar nossa posição nacional unificada. Estamos nos preparando para uma importante posição nacional para rejeitar o caminho da submissão e da rendição, e para defender a força e a soberania do Líbano”.

Posição de Israel

Em paralelo, segundo o site de Beirute Al Mayadeen, o gabinete israelense anunciou nesta segunda-feira (25/08) estar disposto a apoiar o desarmamento do Hezbollah. A declaração do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ocorreu após uma decisão do congresso libanês no início de agosto ao aprovar os objetivos de um plano americano apresentado pelo enviado Tom Barrack.

Movimentos de resistência, Hezbollah e Amal do Líbano, convocam um protesto para 27 de agosto em Beirute, rejeitando decisões do governo sobre o desarmamento

Movimentos de resistência, Hezbollah e Amal do Líbano, convocam um protesto para 27 de agosto em Beirute, rejeitando decisões do governo sobre o desarmamento
Nadim Kobeissi / Wikimedia Commons

A proposta prevê o desarmamento da Resistência até o final de 2025, em troca da retirada sionista gradual das cinco posições ao longo da fronteira sul. O processo também seria monitorado pelos EUA e apoiado por doadores como França, Arábia Saudita e Catar.

Em contrapartida, o Hezbollah rejeitou a medida, enfatizando que o desarmamento não pode ocorrer enquanto o regime sionista continuar ocupando terras libanesas e realizando agressões diárias contra civis. O movimento argumentou que suas armas são um meio legítimo de dissuasão que tem defendido repetidamente o Líbano de invasões e ataques israelenses.

Em declarações anteriores, o xeque Naim Qassem, secretário-geral adjunto da Resistência, condenou a aprovação do plano pelo governo como “perigosa” e acusou-o de executar um projeto EUA-Israel que corre o risco colocar o Líbano em novos conflitos internos. A liderança acrescentou que a legitimidade do Hezbollah é “do sangue dos mártires, não da aprovação do governo” e prometeu que jamais renunciará às armas enquanto a agressão persistir.

Ataques israelenses no Líbano

O Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde Pública anunciou nesta segunda-feira (25/08) que um ataque de drone israelense teve como alvo uma caminhonete (Rapide) na estrada Ain al-Mazrab–Tebnine, no distrito de Bint Jbeil, resultando em uma fatalidade.

O incidente foi relatado pela Agência Nacional de Notícias do Líbano, que confirmou que o veículo foi atingido diretamente por um drone inimigo na cidade de Tebnine, no sul do território.

Já na cidade de Mays al-Jabal, também ao sul, Israel lançou uma bomba sonora perto de uma escavadeira.