Sábado, 6 de dezembro de 2025
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No dia 11 de agosto de 1960, a República do Chade tornou-se autônoma e conquista sua independência com a presidência de François Tombalbaye.

O país é dividido em três grandes regiões geográficas: uma área desértica, um espaço semi-árido e a savana sudanesa. O lago Chade, que dá nome ao país, é sua principal reserva aquática e seu ponto culminante é o monte Emi Kussi, no maciço do Tibesti.

Do final do século XIX ao início do século XX, a França afirma sua soberania sobre o conjunto do que é hoje o território atual do Chade. Em 1920, há o processo de incorporação da região à África Equatorial Francesa. Apesar da independência, conserva uma relação privilegiada com o antigo colonizador, que interveio militarmente em diversas ocasiões.

O país é teatro de crises quase que permanentes ligadas a dissensões internas e, mais recentemente, à extensão do conflito de Darfour. Em 2003, tornou-se exportador de petróleo mas permaneceu com a economia focada na produção de algodão, amendoim e carne bovina.

É um país da África Central sem acesso ao mar, situado ao sul da Líbia, a leste de Niger e da Nigéria, ao norte de Camarões e da República Centro-Africana e a oeste do Sudão. Sua capital é N’Djamena. Constitui um ponto de passagem entre a África do Norte e a África Negra. Com uma superfície de 1284 milhões quilômetros quadrados, é o quinto país mais extenso do continente.

O Chade em suas fronteiras atuais é uma criação da colonização europeia. Suas fronteiras resultaram de negociações entre França e Alemanha nos anos de 1880. Ainda assim, o país possui uma história rica e é um dos berços da humanidade.

Em meio a constante instabilidade política, país não consegue se livrar até hoje da interferência de seus colonizadores

Wikimedia Commons

François Tombalbaye em marcha em comemoração dos 10 anos de independência do Chade, em 1970

Foi a primeira colônia a se unir à França Livre em 1940. Teve logo de reagira à revolta das populações muçulmanas do Norte o que o levou a pedir ajuda de tropas francesas em 1968. Após o assassinato de Tombalbaye, em 1975, o poder foi ao general Felix Malloum, que teve de ceder lugar a Gukuni Oueddei logo após a primeira batalha de Ndjamena, em 1979. Em 1980, a segunda batalha de Ndjamena permitiu a Oueddei eliminar seu rival, Hissene Habré, com a ajuda decisiva do líbio Muammar Kadhafi.

Após o fracasso de um projeto de fusão entre o Chade e a Líbia em 1981, as tropas líbias se retiram nos quadros de um acordo concluído com o governo francês. Em 1982, Oueddei foi derrocado por Habré, que teve de apelar para a ajuda de tropas francesas no ano seguinte para conter uma nova invasão líbia. Em 1987, uma contraofensiva das forças chadianas obrigaram as tropas líbias a evacuar o país, salvo a zona de Aozou, restituído ao Chade só em 1994.

Em 1990, Habré foi derubado por Idriss Deby que, paradoxalmente, buscou ajuda da França e da Líbia para combater movimentos de rebelião encorajados pelo vizinho Sudão. Novo anos depois, se vincula à Segunda Guerra do Congo, apoiando o governo de Kinshasa. Em fevereiro de 2008, a rebelião tenta derrubar o governo de Deby, penetrando em Ndjamena após atravessar o país pelo Sudão. Em maio de 2009, houve outra ofensiva, também partindo do Sudão.

Um referendo ocorreu em 6 de junho de 2005 para modificar a Constituição de 1996. O ponto mais importante era a possibilidade de o presidente Deby postular indefinidamente sua candidatura às eleições presidenciais.

Em 2 de fevereiro de 2008, rebeldes, aparentemente apoiados pelo Sudão, tomaram a capital do país N’Djamena e deixaram livre apenas o palácio presidencial, onde o presidente estava refugiado. A França evacua uma parte de seus residentes. Em 4 de fevereiro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condena os ataques contra o governo chadiano. O exército, por fim, acabou por repelir os rebeldes com a ajuda logística da França.

Também neste dia:

1934 – Prisão de Alcatraz recebe os primeiros detentos civis

1919 – Alemanha adota primeira constituição republicana

1973 – “Hip Hop” nasce numa festa de aniversário no Bronx, Nova York

1952 – Hussein assume o trono da Jordânia e reina até sua morte, em 1999 

(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.