Hoje na História: 1957 - Cadela Laika é lançada ao espaço pelos soviéticos
Ao contrário do que previam os cientistas soviéticos, animal morreu poucas horas após lançamento do Sputnik 2
A cadela Laika, o primeiro ser vivo a orbitar a Terra a bordo da nave espacial Sputnik 2, em 3 de novembro de 1957, não sobreviveu o tempo que os soviéticos previram à época.
As autoridades soviéticas afirmaram naquele momento que Laika morrera sem sofrer nenhum trauma ou sofrimento, cerca de uma semana após o lançamento do foguete.
Contudo, informações divulgadas recentemente por cientistas espaciais do Ocidente garantem que a cadela morreu de calor e pânico, apenas algumas horas depois do início da missão. Novas evidências foram reveladas no recente Congresso Mundial Espacial por Dimitri Malashenkov, do Instituto de Problemas Biológicos de Moscou.
O historiador do espaço Sven Graham disse, ao tomar conhecimento das informações, que elas eram surpreendentes e punham fim a mais de 40 anos de especulações sobre o destino de Laika.
A missão da cadela a bordo do Sputnik 2 impressionou o mundo. O Sputnik, o primeiro satélite artificial da história, havia sido lançado fazia apenas um mês. Tratava-se de uma esfera de metal, pesando cerca de 18 quilos, e era muito mais pesada do que qualquer satélite que os Estados Unidos planejavam lançar.
O Sputnik 2 pesava 113 quilos e levava um ser vivo: Laika. A cadela fora capturada nas ruas de Moscou e preparada para ser lançada ao espaço.
Pouco depois do lançamento, os cientistas soviéticos disseram que Laika não voltaria à Terra e que morreria no espaço, o que descontentou muitos observadores.
Malashenkov revelou então novos detalhes sobre a viagem de Laika, que recebia comida em forma de gelatina e foi acorrentada para que não se mexesse durante o lançamento.
Havia um sistema de sucção de gás carbônico a bordo com o intuito de evitar o acúmulo do gás, assim como um gerador de oxigênio. Um ventilador foi automaticamente acionado para deixar o animal mais confortável.
De acordo com Malashenkov, os soviéticos tiveram bastante trabalho para adaptar um grupo de cães à apertada cabine da nave. Eles foram colocados em ambientes fechados e apertados por períodos de 15 a 20 dias. Três cães foram treinados para a missão espacial, mas Laika mostrou-se a melhor preparada.
Sensores médicos inseridos no corpo de Laika mostraram que seus batimentos cardíacos chegaram ao triplo do normal.
Malashenkov relatou ainda como a cadela Laika morreu. A temperatura e a umidade da cápsula do Sputnik aumentaram muito após o lançamento do foguete. De cinco a sete horas depois do lançamento, a base não recebeu mais nenhum sinal de vida do animal
Anteriormente, acreditava-se que Laika tivesse sobrevivido por pelo menos quatro dias no espaço sideral, ou mesmo uma semana, quando a nave parou de emitir sinais à Terra.
Mesmo tendo sobrevivido por poucas horas, a contribuição de Laika foi fundamental para a ciência espacial, provando que um organismo vivo poderia tolerar a permanência no espaço por bastante tempo e submetido à gravidade zero. O teste permitiu que seres humanos fossem mais tarde enviados em missões espaciais, como ocorreu pela primeira vez com Yuri Gagarin, em 12 de abril de 1961.
O Sputnik 2 deu 2570 voltas ao redor da Terra e se incendiou na atmosfera do planeta em 4 de abril de 1958.
























