Hoje na História: 1861 - Estados do sul se separam dos EUA
Estados Confederados da América, a Geórgia, o Alabama, a Flórida, o Mississípi, a Luisiana, o Texas e a Carolina do Sul constituem uma república à parte
Em 8 de fevereiro de 1861, os estados escravagistas do sul dos Estados Unidos decidem pela secessão, ou seja, por se separaram do país. Organizados sob o nome de Estados Confederados da América, a Geórgia, o Alabama, a Flórida, o Mississípi, a Luisiana, o Texas e a Carolina do Sul constituem uma república à parte. Adotam uma nova constituição e nomeiam Jefferson Davis como presidente provisório.
Depois da batalha do Forte Summer, a Virgínia, o Arkansas, o Tennessee e a Carolina do Norte unem-se aos confederados. Contavam então com 9 milhões de habitantes, dos quais 4 milhões de negros. Sua formação marca o preâmbulo da Guerra de Secessão (1861-1865).
A origem da divisão dos EUA em “norte” e “sul” data dos tempos coloniais, quando a área que atualmente constitui a Costa Leste e o Golfo do México ainda era colônia de três países – Reino Unido, Espanha e França. A divisão teve origem nas diferenças geográficas na região das 13 colônias britânicas.
Os primeiros colonizadores encontraram no sul um clima quente e um solo fértil, ideal para o cultivo do algodão, cana de açúcar e tabaco. Contando com mão-de-obra escrava trazida do continente africano em grandes levas, o sistema agrícola da plantation (monocultura de exportação) passou a dominar os estados meridionais.
O clima frio e o solo rochoso dos Estados do norte mostraram-se pouco adequados à agricultura. Isto obrigou os colonos desta região a procurar outras atividades econômicas, como o comércio e a manufatura, propiciando a criação de grandes centros industriais e comerciais como Nova York, Boston e Filadélfia. A base econômica do norte, ainda antes da Guerra de Secessão, era a manufatura e o comércio, apesar de a maioria de sua população ainda viver em áreas rurais.

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Estados adotam uma nova constituição e nomeiam Jefferson Davis como presidente provisório
A busca de novas tecnologias de produção era característica tanto da manufatura nortista quanto da agropecuária sulista. No sul, a eficiência do campo permitiu que no século XIX os produtores de algodão conseguissem grandes margens de lucro, apesar da queda do preço do produto no mercado mundial. A diferença marcante entre norte e sul residia na distribuição da renda. No norte, era bem mais distribuída, enquanto no sul havia uma forte concentração de renda nas mãos dos latifundiários enquanto grande parcela da população, os escravos, não tinha renda formal.
Entretanto, as elites intelectuais das duas regiões eram muito diferentes. Ambas eram defensoras do liberalismo, mas com significados distintos. No norte, o liberalismo era considerado como a defesa do homem livre, do trabalho livre, da terra livre. No sul, o liberalismo significava a defesa da propriedade privada – como era o escravo – e do livre-comércio em oposição ao protecionismo nortista.
A imigração europeia em massa e a industrialização acelerada fizeram com que o norte crescesse economicamente e ampliasse politicamente sua participação no governo. Grandes tensões políticas e sociais ocorreram entre o norte e o sul. Em 1860, Abraham Lincoln, contrário à escravidão, venceu as eleições presidenciais. Ao assumir o posto, chamou os EUA de “Casa Dividida”.
Em 1861, o país era formado por 19 estados onde a escravidão era proibida e 15 onde a escravidão era permitida. A guerra civil consistiu, portanto, na luta entre 11 estados confederados do sul latifundiário, aristocrata e defensor da escravidão contra os estados do norte industrializado, onde a escravidão tinha um peso econômico bem menor.























