Domingo, 7 de dezembro de 2025
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Hollywood recebe estupefata e em comoção a notícia da repentina e trágica morte da mais destacada atriz de sua época, conhecida como ‘Original Blonde Bombshell‘, em 7 de junho de 1937. 

Jean Harlow foi a primeira atriz a explorar seu sex appeal, e sucumbiu a um envenenamento urêmico, hoje mais conhecido como colapso renal agudo, aos 26 anos.

Durante as filmagens de Saratoga, a saúde da atriz já estava debilitada. Em 29 de maio de 1937, Harlow teve um colapso no set de filmagem e o diretor a mandou para casa descansar.

Acredita-se que ficou uma semana de cama com náuseas. Sua mãe se recusava a chamar um médico devido à sua crença religiosa, a Ciência Cristã.

No dia 3 de junho, a mãe comunicou à imprensa que Jean estava melhor, mas em 6 de junho, Luis Mayer e William Powell, donos do estúdio Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), ordenaram que fosse internada em hospital, e ela veio a falecer no dia seguinte.

Quem foi Jean Harlow?

Nascida com o nome de Harlean Carpenter, em Kansas City, Missouri, Jean Harlow mudou-se com sua mãe para Los Angeles ainda criança, após a separação dos pais. Aos 16 anos fugiu com Charles McGrew, um jovem corretor de títulos de crédito. O casamento terminou quando ela decidiu seguir a carreira de atriz, contra a vontade do marido.

Depois de trabalhar como extra, Harlow assinou contrato com o produtor Hal Roach, com quem breve porém memoravelmente mostrou as pernas em Double Whoopee” (1929), uma comédia com a dupla Stan Laurel e Oliver Hardy, o Gordo e o Magro. Fez sua estreia em filme falado “Uma Pequena das Minhas” (1929), contracenando com Clara Bow.

Harlow teve a sua grande oportunidade logo depois, quando Howard Hughes convidou-a para o épico da era da Primeira Guerra Mundial, “Anjos do Inferno” (1930), inicialmente exibido como filme mudo e atualizado para o cinema falado. 

Nesse filme, Harlow causou forte impressão nos espectadores com seus brilhantes cabelos bem loiros e uma linha de atuação sugestiva: “Você ficaria chocado se eu vestisse algo mais confortável?”.
 

Atriz sofreu com um 'envenenamento urêmico', hoje mais conhecido como colapso renal agudo, aos 26 anos

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Atriz viveu carreira meteórica e vida pessoal marcada por dificuldades

Ela apareceu numa série de filmes em 1931, como “A Guarda Secreta”, “O Inimigo Público Número Um”, “Por Uma Mulher” e “Loura e Sedutora”. 

Seus papeis nessas películas estavam menos relacionados com seu desempenho e mais com sua sensualidade.

Depois de a MGM ter, em 1932, adquirido de Hughes o contrato com a atriz, surge como nova estrela em 1932, em “A Mulher Parisiense dos Cabelos de Fogo” (1932), tendo a roteirista Anita Loos criado especialmente para ela uma participação destacada. 

Este filme foi o primeiro a exibir seu talento cômico ao lado de sua presença como mulher sexy. A popularidade de Harlow junto aos fãs e à crítica cinematográfica continuou crescendo nos anos subsequentes, devido a sucessos estrondosos como “Terra de Paixão” (1932),um de seus numerosos filmes com Clark Gable, “Jantar às Oito” (1933), “Amar e Ser Amada” (1933) e “Mademoiselle Dinamite” (1933).

À parte sua meteórica ascensão para a fama, a vida privada de Harlow foi marcada pela dor e a tragédia. Seu segundo marido, Paul Bern, um executivo da Metro, suicidou-se enquanto ela rodava “Terra de Paixão”. 

O casamento com o terceiro marido, o cineasta Harold Rosson, durou menos de um ano. Ficou noiva do ator William Powell, com quem contracenou “Tentação dos Outros” (1935) e “Casado com Minha Noiva” (1936), quando repentinamente caiu gravemente doente no final de maio de 1937.

De acordo com o obituário da atriz, publicado no The New York Times, ela ficara debilitada por um ano decorrente de “um caso agudo de insolação”, de inflamação na garganta e de influenza. Contraíra também na adolescência escarlatina e meningite, que minaram permanentemente sua saúde.

Após os médicos terem diagnosticado ‘envenenamento urêmico’ na semana anterior ao falecimento, segundo o jornal norte-americano “Miss Harlow respondeu favoravelmente ao tratamento, sentia-se bem para retomar o trabalho, quando caiu em coma na véspera”.

O derradeiro filme de Jean Harlow, Saratoga (1937), foi estreado postumamente. Outra atriz serviu como dublê em várias cenas a fim de que a película pudesse ser concluída.

Também nesta data:

1494 – Tratado de Tordesilhas é assinado
1883 – É inaugurado o Expresso do Oriente
1929 – Assinatura do Tratado de Latrão cria o Estado do Vaticano