Terça-feira, 9 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O reverendo escritor e matemático britânico Lewis Carroll – cujo verdadeiro nome era Charles Lutwige Dodgson – publica em 4 de julho de 1865 As aventuras de Alice no País das Maravilhas

O conto foi inspirado no encontro entre o autor e Alice Liddell, uma menina de 10 anos, e suas irmãs Lorina e Edith Liddell, bem como um colega de Dodgson, Duckworth, por ocasião de um piquenique à beira do rio Isis na Inglaterra. 

Brincando com a lógica e mudando as normas do conto para crianças, a obra alcançaria um enorme sucesso em toda a Europa e depois em todo o planeta.

A obra conta a história de uma garota chamada Alice que cai numa toca de coelho onde encontra um mundo de fantasia povoado por criaturas peculiares. Carroll se colocou sob o signo da magia, mas isto seria só na aparência. Nada de fadas e sim de personagens de um universo maravilhoso: rei, rainha, anão, feiticeira, mensageiro, animais dotados de comportamento e linguagem humanos.

O conto é repleto de alusões aos amigos – e inimigos – de Dodgson, e de lições que os escolares britânicos deveriam memorizar. O autor joga com a lógica de tal modo que proporciona à história uma duradoura popularidade com as crianças assim como com os adultos.

É considerada também como um dos mais característicos exemplos do gênero de literatura ‘nonsense’. Seu curso narrativo e estrutura tiveram enorme influência principalmente no gênero fantasia. Num agrado aos leitores, toma emprestado de canções de ninar de sua infância personagens encantadores: Humpty-Dumpty, os gêmeos Tweedledum e Tweedledee.

Se Carroll pode ser inscrito em alguma tradição, é para submetê-la a sua inspiração: jogos verbais, canções, adivinhações demarcam a narração. Em muitos sentidos a obra é surpreendentemente audaciosa. Os personagens não parecem aceitar as metamorfoses respondendo a uma lógica comum, como aquela da abóbora que se transforma em carruagem, buscando, ao contrário, dela escapar. 

A parodia é uma das chaves que abre ao leitor o universo de Alice. Os personagens fazem o contrário do que se espera deles.

Obra é considerada exemplo da literatura 'nonsense'; curso narrativo e estrutura tiveram enorme influência, principalmente no gênero fantasia

WikiCommons

História do país nas maravilhas foi inspirada na menina Alice Liddell

É a inversão, uma segunda chave do país das maravilhas. Uma terceira chave é o nonsense, gênero que Lewis Carroll domina com maestria. O nonsense finge deixar o leitor esperando por uma explicação lógica para depois traiçoeiramente enganar seus hábitos de pensamento.

Ofereceria o trabalho a sua inspiradora, Alice Liddell, em 26 de novembro de 1864. Lewis Carroll escreveria uma segunda versão destinada à publicação em livrarias. Viaja a Londres em janeiro de 1864 para convencer John Tenniel de criar as ilustrações de Alice. Sua colaboração não ocorreria sem contratempos: nenhum detalhe escaparia à minuciosa crítica de Carroll. No Natal de 1888, começaria uma terceira versão de Alice contada às crianças pequenas. Os primeiros exemplares seriam distribuídos no final de 1889.

Outros fatos marcantes da data:

1187 – Sultão Saladino reconquista Jerusalém e põe fim à era das cruzadas
1776 – A luta pela independência dos EUA
1826 – Morre Thomas Jefferson, redator da independência dos Estados Unidos
1954 – No “Milagre de Berna”, Alemanha bate a favorita Hungria e vence a Copa