Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente libanês, Joseph Aoun, determinou na última quinta-feira (30/10) que o Exército do país passe a enfrentar diretamente “qualquer incursão israelense em território libertado do sul, em defesa do território libanês e da segurança dos cidadãos”.

A decisão foi anunciada durante uma reunião com o Brigadeiro-General Rodolphe Haykal, após um ataque das forças israelenses na prefeitura de Blinda, que culminou na morte do funcionário municipal Ibrahim Salameh, que estava hospedado no prédio durante a invasão.

A decisão de Aoun marca um endurecimento da postura oficial libanesa após vários ataques e violações de Israel do cessar-fogo firmado em 27 de novembro do ano passado. O Exército israelense confirmou o ataque e disse os disparos ocorreram após os soldados identificarem “uma ameaça iminente”. Segundo o comando israelense, o episódio está sob investigação.

Aoun classificou o ataque como parte de um padrão de violações contínuas por Israel e destacou que ação ocorreu após a reunião do comitê internacional responsável por monitorar a implementação da trégua entre os países. Ele pediu que o comitê deixe de se limitar a registrar incidentes e passe a pressionar Israel a cumprir o acordo de cessar-fogo.

Presidente do Líbano ordena Exército a enfrentar ‘qualquer ataque’ de Israel contra o país
Ibrahim Amro / Wikimedia Comons

Hezbollah

Como destaca a Al Jazeera, as Forças Armadas do Líbano vinham se mantendo à margem do confronto que Israel trava principalmente com o Hezbollah, que historicamente assume a linha de frente da resistência no sul do país, onde tropas israelenses estão localizadas em cinco pontos.

Em comunicado, o Movimento de Resistência Islâmica Libanês (Hezbollah) respaldou a decisão do presidente libanês, dizendo apoiar integralmente o Exército nacional, classificando seu apelo de “nacional e corajoso”. Também solicitou que o Exército conte com “todos os recursos necessários para fortalecer suas defesas e que lhe seja dado o respaldo político necessário para enfrentar esse inimigo implacável”.

O texto frisa que as agressões são realizadas “em parceria e conluio com os Estados Unidos, e que Washington dá sinal verde a todas as escaladas israelenses”.

Nesta sexta-feira (31/10), o líder do grupo, Sheikh Naim Qasem, declarou que os libaneses irão reconquistar suas terras por meio da unidade nacional: “o objetivo da Resistência é a libertação da pátria, enquanto o objetivo do inimigo é a ocupação; todos no Líbano são responsáveis”. E reiterou que Israel deve cumprir o acordo de cessar-fogo, “assim como o Líbano fez”.