Navio israelense faz 'manobras perigosas' contra Flotilha humanitária
‘Continuamos rumo a Gaza’, afirma ativista Thiago Ávila; equipamentos de comunicação de dois barcos, Alma e Sirius, foram danificados nesta madrugada (01)
Na madrugada desta quarta-feira (01/10), os ativistas da Flotilha Global Sumud denunciaram que um navio militar israelense estava realizando manobras perigosas contra os barcos da missão humanitária, que se encontram em uma zona de alto risco conforme se aproximam da Faixa de Gaza. Após a intimidação e a destruição do sistema de comunicação de dois barcos, eles se afastaram.
“À noite, enfrentamos intimidação: um navio militar israelense cercou os barcos Alma e Sirius, lançou um ataque cibernético, o que causou muitos danos aos nossos dispositivos e continuamos com problemas de conectividade de navegação. Mesmo assim, seguimos navegando’, informou o ativista Thiago Ávila nas redes sociais.
“Esta é a maior tentativa de romper o cerco – 41 barcos fortes, apoiados pelo direito internacional e pela vontade dos povos do mundo. Continuamos comprometidos com a não violência e com a criação de um Corredor Humanitário Popular – uma tábua de salvação para Gaza. A comunidade internacional nos confiou esta missão e não falharemos”, complementou Ávila.
Nesta quarta-feira (01/10), o Ministério da Defesa da Itália afirmou, em comunicado, que a fragata italiana que vem escorando as embarcações irá parar quando o comboio chegar a 278 quilômetros da costa de Gaza, o que pode acontecer por volta da meia-noite GMT. O Papa Leão expressou preocupação com a segurança dos membros da flotilha. “De todos os lados, as pessoas estão dizendo: ‘vamos torcer para que não haja violência, que as pessoas sejam respeitadas’. Isso é muito importante”, afirmou a repórteres no Vaticano.
Intimidação
Durante a intimidação, eles postaram imagens da aproximação da embarcação nas redes da Flotilha:
Em comunicado no Telegram, o grupo informou que seus barcos estavam a cerca de 120 milhas náuticas (222 km) da Faixa de Gaza quando “embarcações não identificadas se aproximaram de vários barcos da Flotilha, alguns com as luzes apagadas. Os participantes aplicaram protocolos de segurança para se prepararem para uma intercepção. As embarcações já abandonaram a Flotilha”.
Em meio à tensão, eles se prepararam para uma possível interceptação, que não ocorreu. Em junho deste ano, a embarcação Madleen foi interceptada a cerca de 100 milhas náuticas do enclave, enquanto a Handala conseguiu chegar a apenas 57 milhas.
‘Desestabilização psicológica’
A intimidação se soma a relatos contínuos de sobrevoo de drones na rota da Flotilha. Os organizadores da missão alertar que entraram em uma “zona de alto risco”, onde missões anteriores foram atacadas. Além das dificuldades técnicas nas comunicações, atribuídas a interferências, ativistas como Yasmin Agar denunciaram tentativas de “desestabilização psicológica”.
Em entrevista a teleSur, o ativista espanhol Néstor Prieto afirmou que os ativistas estão em “máxima alerta” porque “a atividade de drones está aumentando sobre a flotilha”. Ele acrescentou que, durante a intimidação, “foram ativados os protocolos de emergência para a interceptação em todas as embarcações da Flotilha”.
Segundo ele, informações da imprensa israelense sugerem que forças especiais podem ser mobilizadas para tentar “realizar uma interceptação barco por barco”, o que poderia resultar na detenção de cerca de 500 ativistas.
A frota, composta por 45 embarcações e quase 500 pessoas de 46 nacionalidades, tentará se aproximar de Gaza sem o apoio das corvetas enviadas por Espanha, Itália e Turquia, que permanecerão fora do perímetro de risco estabelecido entre 150 e 120 milhas náuticas. “Neste momento nos encontramos navegando sozinhos”, afirmou Prieto.























