Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025
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Enquanto algumas nações ocidentais suspenderam o financiamento à Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Acnur), a Irlanda e a Noruega manifestaram apoio contínuo ao órgão internacional, neste sábado (27/01), reforçando que o trabalho tem sido “crucial” na ajuda humanitária de palestinos em situação de deslocamento e que dependem da assistência em Gaza.

O ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês, Micheal Martin, manifestou apoio à decisão tomada pelo comissário-geral da agência, Phelippe Lazzarini, na abertura de uma investigação sobre funcionários do próprio órgão que estariam supostamente envolvidos na primeira ofensiva do Hamas, em 7 de outubro. 

No entanto, ao mencionar os mais de 13 mil funcionários do Acnur que diariamente prestam assistência a 2.3 milhões de palestinos, desde o início da guerra, o ministro deixou claro que sua nação “não tem planos de suspender o financiamento” para o que destacou como “trabalho vital” na Faixa de Gaza.

Na mesma linha, o ministro das Relações Exteriores norueguês, Espen Barth Eide, declarou que a “situação em Gaza é catastrófica e o Acnur é a organização humanitária mais importante”, ressaltando que continuará enviando recursos ao órgão para que possibilite a ajuda ao povo palestino.

Contrariando o apelo feito por Israel em suspender envio de recursos à organização internacional, por suposto envolvimento de funcionários nos ataques de 7 de outubro, países reforçam que ajuda humanitária em Gaza é ‘crucial’

Twitter/UNRWA

Irlanda e Noruega apoiam financiamento à agência da ONU em prol de palestinos

Israel elogia países que suspenderam financiamento

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelense, Israel Katz, celebrou a postura de vários países ocidentais que decidiram por cortar os financiamentos destinados à agência da ONU para o auxílio de palestinos em situação de refúgio. 

Enquanto mais de 85% da população está deslocada em Gaza devido às operações israelenses (o equivalente a 1.9 milhão de pessoas), Katz defendeu que a agência humanitária deve ser “substituída”.

“Os Estados Unidos, Canadá, Finlândia, Austrália, Itália e Reino Unido pararam de financiar o Acnur devido ao envolvimento de pessoas no massacre de 7 de Outubro. Apelo à adesão de mais nações”, afirmou o israelense, em publicação pela plataforma X:

Sem provas públicas, Katz ainda acusou que a agência humanitária e o Hamas têm “laços” e que tal relação “proporciona refúgio a terroristas e perpetua o seu domínio”. O ministro também defendeu que os líderes do Acnur, supostamente envolvidos com o episódio de 7 de outubro, devem ser demitidos e “exaustivamente investigados pelo conhecimento destas atividades”

O israelense acrescentou que “na reconstrução de Gaza, a Agência da ONU para Assistência de Refugiados Palestinos deve ser substituída por organizações dedicadas à paz e ao desenvolvimento genuínos”, reforçando o que havia declarado horas antes, quando revelou que a pretensão de Israel era parar completamente as operações do órgão no território palestino.