Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em comunicado, neste sábado (27/01), o Hamas denunciou que Israel está em uma “campanha de incitação” contra agências das Nações Unidas que fornecem ajuda humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza.

Segundo a emissora catari Al Jazeera, o grupo de resistência palestina afirmou que se trata de uma “conspiração” criada pelas autoridades israelenses entre a Organização Mundial da Saúde e o Hamas, que levou países, incluindo os principais doadores, a cortarem o financiamento para a organização que trabalha no auxílio humanitário aos palestinos, dificultando a sobrevivência dos residentes em meio a “crimes de ocupação”. 

Ao menos, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Itália já declararam publicamente a suspensão temporária do financiamento especialmente à agência da ONU para refugiados palestinos (Acnur) em Gaza, devido às alegações israelenses.

Ainda neste sábado, o governo de Tel Aviv elogiou as nações que bloquearam os recursos, acrescentando que, após o fim da guerra, Israel pretende paralisar completamente as operações do órgão internacional no território palestino.

“Trabalharemos para angariar apoio bipartidário nos Estados Unidos, na União Europeia e em outras nações a nível mundial para esta política que visa travar as atividades do Acnur em Gaza”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelense, Israel Katz, pela plataforma X.

Governo israelense alegou que funcionários da organização internacional estariam supostamente envolvidos nos ataques de 7 de outubro; EUA, Canadá, Austrália e Itália suspenderam financiamento de ajuda humanitária em Gaza

Twitter/UNRWA

Hamas denuncia ‘campanha de incitação’ de Israel contra agências da ONU

Abertura de investigação

Na sexta-feira (26/01), a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (Acnur) declarou a abertura de uma investigação sobre funcionários do próprio órgão que estariam supostamente envolvidos na primeira ofensiva do Hamas, em 7 de outubro. A suspeita partiu de Israel.

“As autoridades israelenses forneceram ao Acnur informações sobre o suposto envolvimento de vários funcionários do órgão nos horríveis ataques a Israel em 7 de outubro”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência de Assistência e Obras da ONU para Refugiados da Palestina, no Oriente Médio. O representante ainda afirmou que tomou a “decisão de rescindir imediatamente os contratos destes funcionários e lançar uma investigação a fim de estabelecer a verdade”.

O número de funcionários supostamente envolvidos nos ataques, como alega Israel, no entanto, não foi revelado. 

O Departamento de Estado norte-americano, imediatamente, bloqueou recursos e ressaltou que não forneceria nenhum financiamento adicional à agência até que as alegações fossem abordadas.

“O Departamento de Estado suspendeu temporariamente o financiamento adicional para o Acnur enquanto analisamos as alegações e as medidas que as Nações Unidas estão tomando para resolver”, disse o porta-voz Matthew Miller.

Já o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que o bloco de 27 membros iria “avaliar novas medidas e tirar conclusões com base no resultado da investigação completa”.

Ao longo do conflito, foram inúmeras as vezes que a agência da ONU para refugiados palestinos apelou por mais ajuda, afirmando que sua capacidade de assistência humanitária em Gaza estava em “em colapso”. A suspensão de recursos, portanto, é uma medida que tende a agravar ainda mais os problemas, uma vez que os Estados Unidos, a Alemanha e a União Europeia são considerados os principais doadores da organização internacional.