Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Vencer o primeiro turno das eleições presidenciais do Chile, neste domingo (16/11), a candidata do Partido Comunista, Jeannette Jara, fez um discurso no qual enfatizou as conquistas do governo do presidente Gabriel Boric, mas acrescentando que, na próxima etapa da disputa, pretende fazer uma campanha para ampliar outros setores do país.

“A maioria das chilenas e dos chilenos não votou nem por mim nem por Kast (candidato que ficou em segundo lugar). Quem quiser governar o Chile terá que saber representar a maioria”, declarou Jara, no comitê de campanha da coalizão Unidade Pelo Chile, que também inclui o Partido Socialista, o Convergência Social (sigla de Boric) e a Federação Regionalista Verde.

Em outro momento do seu discurso, Jara felicitou o candidato Franco Parisi, economista liberal que ficou em terceiro lugar na disputa.

“Quero felicitar a surpresa da noite, Franco Parisi, porque soube interpretar com medidas radicais e inovadoras uma grande parte da cidadania, e é uma obrigação nossa escutar o povo”, frisou a candidata comunista, que obteve 26,9% dos votos válidos, segundo o Serviço Eleitoral chileno (Servel).

Além disso, pediu aos seus seguidores que reforcem a campanha no segundo turno, visando conquistar mais votos, especialmente de setores de centro.

“A partir de amanhã nós temos que ir às ruas, falar com as pessoas e escutar atentamente. Quem quiser governar o Chile tem que escutar todos os chilenos e chilenas, todos merecem ser escutados”, enfatizou Jara.

Vale lembrar que o segundo turno das eleições chilenas acontecerá no dia 14 de dezembro.

jeannette jara

Candidata comunista foi a mais votada no primeiro turno presidencial do Chile
Instagram / Jeannette Jara

Unidade da direita

Por sua parte, o candidato mais votado da extrema direita, José Antonio Kast, do Partido Republicano, que alcançou 23,9%, disse que acredita na virada no segundo turno, e defendeu a unidade da direita para vencer em dezembro.

“Para que o Chile supere a crise que enfrentamos, tanto na segurança econômica quanto nas áreas sociais, é fundamental a união do nosso setor (direita), não só para vencer nas urnas como para fazer depois as mudanças significativas que o nosso povo anseia”, disse o candidato.

Em outro momento, Kast pediu o apoio dos outros dos candidatos de extrema direita: Evelyn Matthei, da União Democrata Independente, e Johannes Kaiser, do Partido Nacional Libertário.

“O Chile é mais importante do que os partidos políticos, mais importante do que as pessoas que apresentaram essas propostas. Podemos ter tido nossas divergências, mas agora temos uma tarefa em comum e devemos estar à altura dela”, disse o candidato.

Terceiro colocado surpresa

A pesar de aparecer em quinto lugar na maioria das pesquisas prévias à votação, o economista liberal Franco Parisi surpreendeu neste domingo, ao receber 19,5%, ficando em terceiro lugar na disputa.

Em seu discurso, o candidato do Partido da Gente criticou os “terroristas das pesquisas” e disse que irá analisar nos próximos dias se apoiará Jara ou Kast, ou se decidirá pela neutralidade na próxima etapa das eleições presidenciais.

Ainda assim, pediu aos dois candidatos mais votados que “mudem sua postura”, e que disputem o voto de centro.

“O Chile precisa de um projeto que não esteja atrelado aos ícones do passado. Chega de Allende, chega de Pinochet, eu quero ver os candidatos em campanha buscando os votos nas ruas, e sem medo da imprensa tradicional”, argumento Parisi.

Atrás do economista, no resultado final do primeiro turno, ficaram outros dois candidatos de extrema direita, Johannes Kaiser (13,9%) e Evelyn Matthei (12,5%), que já declararam seu apoio a Kast no segundo turno.