Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (18/09) o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, apresentou aos jornalistas presentes a carta original assinada pelo ex-candidato presidencial da extrema direita, Edmundo González, na qual ele afirma acatar a resolução do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) pela qual foi ratificada a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.

A carta de González Urrutia foi vazada por alguns meios de comunicação do país, como o canal TeleSur, horas antes da coletiva, e mostrou uma mensagem na qual o líder opositor afirma que “mesmo não concordando com ela (a decisão do TSJ), vou aceitá-la, por se tratar de uma resolução do máximo tribunal da República”.

Durante a coletiva, Rodríguez relatou que “a carta foi apresentada mediante um convite do próprio Edmundo para que eu e a vice-presidente Delcy Rodríguez o visitássemos na Embaixada da Espanha, onde ele esteve escondido até o dia 7 de setembro”.

“Lá, ele propôs essa declaração pública. A conversa foi testemunhada pelo embaixador espanhol em Caracas, como vocês podem ver nas fotos, e eu pedi a ele que, além das assinaturas, nós colocássemos meias firmas em cada página, para atestar a veracidade do documento”, explicou o presidente do Legislativo venezuelano, enquanto mostrava aos jornalistas as mencionadas páginas do documento original e algumas fotos do encontro.

Após a derrota eleitoral contra Nicolás Maduro, González Urrutia, representante da coalizão de extrema direita Plataforma Unitária, passou a sustentar o discurso de que houve uma fraude eleitoral e que ele teria provas que comprovariam sua suposta vitória no pleito. Em meados de agosto, ele chegou a se autoproclamar presidente eleito do país.

A insistência em questionar os resultados eleitorais fez com que o Ministério Público venezuelano o convocasse, para que ele apresentasse as provas da suposta fraude eleitoral que alegava. A partir de então, González Urrutia passou a ignorar as convocações dos procuradores, razão pela qual o TSJ deu a ele um prazo para que cumprir essa determinação. Terminado esse prazo, foi decretado o seu mandado de prisão, após o qual ele buscou refúgio na Embaixada da Espanha.

O presidente da Assembleia Nacional venezuelana contou que, após a assinatura da carta, a vice-presidente Delcy Rodríguez outorgou a González Urrutia um salvo conduto para deixar o país, com o qual poderia receber o asilo político oferecido pelo governo da Espanha. O opositor viajou a Madri naquele mesmo dia 7 de setembro e se encontra na capital do país ibérico até hoje.

Venevisión
Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, apresentou carta assinada pelo opositor Gonzáles Urrutia, reconhecendo decisão da Justiça que consolida vitória de Maduro nas eleições

Suposta coação e promessa de revelar áudios

Porém, pouco antes da coletiva, quando o conteúdo da carta já havia vazado aos meios de comunicação, González Urrutia publicou uma mensagem em suas redes sociais alegando que o documento teria sido assinado mediante coação do governo de Maduro.

A versão do líder opositor foi direcionada a Jorge Rodríguez, durante a coletiva, por uma das jornalistas presentes no evento. O líder do Legislativo reforçou seu relato de que o encontro havia sido solicitado pelo próprio González Urrutia, voltou a mostrar as fotos da reunião e assegurou que também existem áudios da conversa entre eles, que comprovariam que não houve qualquer tipo de intimidação ao ex-candidato extremista.

“Quero aproveitar de mandar um recado para o senhor Edmundo González Urrutia: eu espero que você retifique essa mentira de que houve coação, porque se isso não acontecer em até 24 horas, eu terei que mostrar os áudios que nós temos daquela reunião, e você terá que lidar com a vergonha de ser desmentido mais uma vez”, prometeu Rodríguez.

Vitória de Maduro

Na carta divulgada nesta quarta-feira, o opositor diz acatar a resolução do TSJ, que ratifica o parecer que resultou da auditoria realizada a todas as urnas eletrônicas usadas no processo eleitoral venezuelano, e que afirmou não haver nenhuma irregularidade na apuração feita pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE).

Com isso, foi convalidado o resultado final daquela apuração, que mostrou Maduro com 51,95% dos votos válidos, percentual que o tornou presidente reeleito do país. González Urrutia ficou em segundo lugar, com 43,18%.

“Sempre estive e seguirei estando disposto a reconhecer e acatar as decisões adotadas pelos órgãos de Justiça, no marco da Constituição, incluindo a já citada sentença do TSJ”, diz González Urrutia na missiva que conta com sua assinatura.

Veja nas imagens abaixo trechos da carta assinada por Edmundo González Urrutia:

Reprodução

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Com informações de TeleSur.