Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Milícia Nacional Bolivariana da Venezuela, como são chamadas as Forças Armadas do país, iniciou nesta quinta-feira (04/09) treinamentos “como parte do fortalecimento da defesa integral”, em meio à mobilização militar dos Estados Unidos no sul do Caribe para supostamente combater o tráfico de drogas.

Segundo o secretário-geral do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, a “jornada de exercícios” também será realizada na próxima sexta-feira (05/09), com o objetivo de “consolidar a articulação entre as Forças Armadas, os corpos policiais e o povo, em resposta a ameaças internas e externas”.

Segundo a autoridade do governo Nicolás Maduro, citado pela Agência Venezuelana de Notícias (AVN), as manobras serão desenvolvidas “com alta organização, treinamento e missões”.

Em 21 de agosto, Maduro anunciou um alistamento militar em massa na Venezuela, em resposta aos consecutivos envios de navios para as costas marítimas venezuelanas e pelo oferecimento de uma recompensa milionária pela captura do líder, acusado sem provas de liderar um cartel de drogas.

Segundo a AVN, o chamado levou as Forças Armadas a contarem com mais de 8,2 milhões, considerando os reservistas. “Todos os setores sociais compareceram [ao alistamento em massa]: trabalhadores, camponeses, pescadores, cientistas, comunicadores, idosos e jovens profissionais”, relatou Maduro.

As ações do governo venezuelano decorrem da crença de que sua defesa territorial deve ser realizada com participação cidadã.

Segundo Maduro, Forças Armadas da Venezula já conta com 8,2 milhões de combatentes
Chancelaria do Equador/Wikcommons

Rússia denuncia “pressão inaceitável”

A Rússia considerou, também nesta quinta-feira (04/09), que “a pressão do governo dos EUA sobre a Venezuela é inaceitável” e denunciou que o país está sendo ameaçado “em todas as frentes”.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, analisou a situação como “uma ação do Ocidente em relação a um país que quer seguir suas próprias políticas”.

“Vejam quantas vezes a Venezuela realizou eleições democráticas e quantas vezes essas eleições não foram reconhecidas pelo Ocidente. E quantas vezes o Ocidente impôs novas e novas exigências para a realização de eleições simplesmente porque não gostou do resultado”, disse a representante de Moscou.

Zakharova ainda acrescentou que a escalada de tensões dos EUA em torno da Venezuela “representa um perigo para a segurança regional e global”.

Contexto

Em agosto, os EUA anunciaram o envio de forças navais e aéreas para o sul do Mar do Caribe, sob o pretexto de combater o narcotráfico. Caracas alega que se trata de atos de agressão inconsistentes com a realidade, dada a falta de evidências que sustentem a versão dos fatos apresentada pela justiça norte-americana.

Na última segunda-feira (01/09), o presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou que seu país “enfrenta a maior ameaça” dos últimos 100 anos e alertou que havia “oito navios militares, com 1.200 mísseis e um submarino nuclear, mirando a Venezuela”.

“É uma ameaça extravagante, injustificável, imoral, criminosa e sangrenta”, afirmou, acrescentando que sua nação “jamais cederá à chantagem e às ameaças de ninguém”.

(*) Com TeleSUR, RT en espanhol e informações de Brasil de Fato