Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Carles Puigdemont, ex-presidente da Catalunha (2016-2017) e exilado pela Justiça Espanhola pela defesa do movimento separatista na região, anunciou na quinta-feira (21/03) que se apresentará como candidato do partido Juntos pela Catalunha (Junts) nas próximas eleições parlamentares catalãs, em 12 de maio.

O anúncio, feito durante uma conferência realizada em Elna, na França, ocorreu alguns dias após o Congresso espanhol aprovar a Lei da Anistia para a restauração dos direitos políticos dos envolvidos no processo separatista ocorrido em 2017, quando Puigdemont foi destituído.

Assim, o ex-mandatário declarou que sua candidatura é uma “oportunidade de restituir” sua presidência que foi “destituída de forma injusta, ilícita e ilegal”

Diante de uma sala com plena lotação e rodeado pela direção do seu partido, Puigdemont lembrou que há seis anos mantém a sua luta pela independência da Catalunha, apesar da “repressão” e dos castigos contra o povo catalão por parte do Estado espanhol. Por esta razão, procura agora a sua reintegração na Presidência para “terminar o trabalho”.

“Não sou conformista, não gosto de me resignar, não procuro o que é mais confortável e menos arriscado a nível pessoal”, sublinhou Puigdemont, aclamado pelo público com gritos de “Presidente!”.

O político prometeu que o Junts não desistirá de “declarar independência total”, se assim for solicitado pela “vontade dos catalães” e prometeu um referendo de autodeterminação pela Catalunha.

“Faremos isso num contexto politicamente muito mais favorável do que em 2017, com lições valiosas aprendidas e com todo o movimento independentista a concluir o processo que começou”, afirmou o ex-presidente, defendendo que “há uma maioria social a favor da o direito à autodeterminação”.

Josep Rius/Twittter
Carles Puigdemont é um dos políticos perdoados pela Lei da Anistia

Lei da Anistia

Com 178 votos a favor e 172 contra, o Congresso espanhol aprovou em 14 de março a Lei da Anistia, acordada entre o Governo, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e Esquerda Republicana de Catalunya (ERC) e os partidos independentistas catalães, como o próprio Junts.

A lei agora tramita pelo Senado, onde aguarda obstáculos já anunciados pelo Partido Popular (PP).

No final do debate, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, manifestou a sua satisfação, enquanto a porta-voz parlamentar dos independentistas catalães, Miriam Nogueras, afirmou: “Aprovamos uma lei que abrange todos aqueles que merecem amnistia”.

Acrescentou que a aprovação da norma é o resultado de “todos trabalharem juntos” e colocarem o país em primeiro lugar e não os partidos.

A reação de Puigdemont, líder dos catalães, não tardou a chegar, afirmando que a anistia responde ao objetivo de “ultrapassar uma fase errônea de repressão judicial e policial de um movimento político”.

(*) Com TeleSUR