Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Na noite desta quarta-feira (23/10), as Forças de Defesa israelenses realizaram ao menos 17 ataques aéreos nos subúrbios do sul de Beirute, descritos pela mídia local como os mais intensos desde o início da guerra.

Um dos bombardeios atingiu o escritório da emissora pró-iraniana Al-Mayadeen, que estava vazio. Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas, incluindo uma criança. Os ataques também destruíram completamente um complexo residencial no subúrbio de Laylaki, ao sul da capital, onde causaram um grande incêndio.

Já próximo à cidade de Bint Jbeil, as bombas sionistas mataram um oficial e três soldados libaneses.

Os ataques ocorreram durante a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, que foi ao país pressionar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para um cessar-fogo e a ampliação da entrada de ajuda humanitária em Gaza e para uma desescalada dos ataques ao Líbano.

Ataques a Síria se intensificam

Na quinta-feira (24/10), Israel também atacou a Síria, atingindo um bairro central da capital, Damasco, e uma instalação militar na zona rural de Homs. Um soldado foi morto e sete pessoas ficaram feridas, segundo o Ministério da Defesa sírio.

Israel vem atacando objetivos vinculados ao governo iraniano na Síria há muitos anos, mas estes se intensificaram desde que começou a atual guerra em Gaza, em outubro de 2023. Nesse período, foram mais de 220 ataques aéreos ou de artilharia ao país, segundo o Armed Conflict Location and Event Data (ACLED).

O maior deles foi em abril, quando a aviação israelense atingiu o consulado iraniano em Damasco, matando sete membros da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.

 

IRNA
Bombardeios a escolas transformadas em abrigos para famílias deslocadas são frequentes em Gaza

O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Geir Pedersen, alertou nesta quarta-feira para os riscos da ampliação da guerra na Síria.

“No mês passado, vi a campanha de ataques aéreos israelenses mais rápida e abrangente dos últimos 13 anos na Síria, incluindo o coração de Damasco”, disse Pedersen, advertindo que a Síria está à beira de uma “tempestade militar, humanitária e econômica”.

O risco da expansão do conflito é outro tema das conversas entre Blinken e Netanyahu. Os planos israelenses de atacar o Irã em retaliação aos mísseis que Teerã lançou sobre Israel no início do mês são um dos temas principais das conversas entre os dois.

Ataque ao Irã

Na semana passada, diversas fontes noticiaram que os planos para o ataque ao Irã estavam prontos e que este deveria ocorrer antes das eleições norte-americanas do próximo dia 5 de novembro.

O Irã, por outro lado, diz que está pronto para responder a qualquer ataque. O comandante-chefe da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) desse país, Houssein Salami, garantiu que o avançado sistema antimísseis (THAAD) fornecido a Israel pelos EUA não será suficiente para proteger o país de seus ataques.

“Esse sistema é limitado. O que quer que vocês atirem, seus inimigos atirarão várias vezes mais forte”, disse Salami. Ele também ameaçou que “um pequeno território cuja economia depende 98% do mar deve pensar mais, pois decisões imprudentes podem levar à queda de um regime numa velocidade surpreendente”.

Segue o cerco em Gaza

Em Gaza, a parte norte da faixa segue sitiada e sob bombardeio. Enquanto isso, continuam os bombardeios e ataques terrestres de Israel no enclave, onde cerca de 400 mil pessoas estão há 20 dias presas num cerco militar no norte da Faixa, quase sem receber suprimentos básicos.

No último ataque, ao menos 17 palestinos, cinco deles crianças, morreram em mais um bombardeio a uma escola transformada em abrigo para deslocadas. E o número de mortos deve subir já que muitos dos feridos estão em estado crítico e há escassez de suprimentos médicos e remédios, cuja entrada foi quase completamente bloqueada por Israel.

Segundo o gabinete de Imprensa do governo de Gaza, mais de 770 palestinos foram mortos e mais de mil resultaram feridos nos 20 dias que dura o cerco à parte norte de Gaza.