Secretário de Defesa dos EUA compartilha vídeo de pastor contra voto feminino
Pete Hegseth divulgou entrevista de Doug Wilson, co-fundador da Comunhão das Igrejas Evangélicas Reformadas (CREC), acusado de encobrir violência sexual
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, publicou na plataforma X, na última quinta-feira (07/08), um vídeo em que pastores cristãos defendem que mulheres não deveriam ter direito ao voto. O conteúdo é um recorte de uma reportagem da CNN norte-americana centrada no teólogo evangélico conservador Doug Wilson, co-fundador da Comunhão das Igrejas Evangélicas Reformadas (CREC).
Durante a entrevista à CNN, Wilson reafirma que não permite mulheres em cargos de liderança em sua igreja “porque a Bíblia diz assim”. No vídeo, o pastor Toby Sumpter, associado à mesma denominação, afirma que o ideal seria o “voto em família”, conduzido pelo homem provedor. “Normalmente, eu seria o único a votar, mas votaria depois de discutir o assunto com minha família”, complementa.
Ao compartilhar o vídeo, o Secretário de Defesa dos EUA escreveu: “tudo de Cristo para toda a vida”. Em julho, Hegseth e a família compareceram à inauguração da igreja de Wilson, em Washington. Na sexta-feira (08/08), ao ser questionado sobre a postagem, o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, afirmou que Hegseth é “um membro orgulhoso de uma igreja afiliada” ao CREC e que “aprecia muito muitos dos escritos e ensinamentos do Sr. Wilson”.
Wilson é conhecido do público brasileiro. Em 2024, sua participação no evento Consciência Cristã, ocorrido em Campina Grande (PB) foi cancelada pelos organizadores devido ao livro “Black and Tan”, em que ele defende a escravidão. Wilson também é apontado de ter encoberto violências sexuais cometidas por membros da sua igreja.

Pete Hegseth publica vídeo nas redes sociais de evangélico que afirma que mulheres não devem votar
Gage Skidmore / Flickr
Voto feminino
A postagem de Hegseth acende um alerta nos Estados Unidos. Em abril deste ano, a Câmara dos Estados Unidos aprovou uma Lei de Salvaguarda da Elegibilidade do Eleitor Americano (Lei SAVE) que exige que eleitores norte-americanos provem sua cidadania, com documentos como certidão de nascimento ou passaporte dos EUA.
Na época, a deputada democrata Ilhan Omar, de Minnesota, publicou na plataforma X que se for aprovado pelo Senado, o projeto poderá privar de votar milhões de eleitores, especialmente mulheres casadas que usam o sobrenome do marido. “Se você se casou e mudou seu nome, seu documento de identidade não corresponderá à sua certidão de nascimento e, se você não tiver um passaporte para comprovar sua cidadania, não poderá votar”, alertou.























