Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu


Dezenas de milhares de argentinos se mobilizaram nesta quarta-feira (19/10) em todo o país para pedir um fim à violência contra as mulheres, depois do brutal estupro e assassinato de uma jovem de 16 anos na cidade de Mar del Plata.

Em Buenos Aires, uma multidão marchou sob a chuva para pedir o fim dos feminicídios e das agressões contra as mulheres. Houve manifestações também em outras cidades do país e da América Latina, onde a violência de gênero é um problema enraizado.

Agência Efe

Bolivianas marcharam na capital La Paz contra violência de gênero

“Quero fazer as mesmas coisas que fazem todos os homens: quero sair às 3 horas da manhã e que não aconteça nada comigo. Quero usar saia no verão e que não me digam nada”, afirmou Victoria Vázquez, uma jovem que participou do ato na capital argentina. “Quero ficar tranquila na rua e que parem de nos matar.”

Agência Efe

Na Argentina, as manifestantes usavam preto em homenagem às vítimas do machismo

Os manifestantes, entre eles muitas mulheres vestidas de preto em homenagem às vítimas, carregavam cartazes com mensagens antimachistas e detalhes de casos de violência de gênero. Eles entoavam também palavras de ordem como “não quero caminhar com medo, quero andar tranquila, pensando que nada me acontecerá” e “parem de nos matar”.

Agência Efe

Mulheres mexicanas também participaram de protestos contra violência de gênero

Milhares saem às ruas na América Latina depois que jovem de 16 anos foi drogada, estuprada e morta na Argentina

NULL

NULL

Em Montevidéu, no Uruguai, centenas de pessoas marcharam na chuva pelo centro da cidade. Segundo fontes do Instituto Nacional de Mulheres, o país registrou, ao longo deste ano, quase 22 mil denúncias de violência de gênero.

Agência Efe

No Uruguai, as mulheres foram às ruas em Montevidéu; o país registrou quase 22 mil denúncias de violência de gênero só neste ano

No Chile, a principal avenida da capital, Santiago, foi tomada por dezenas de milhares de mulheres vestidas de preto, que reivindicaram o endurecimento das penas contra a violência. Durante o ato, a presidente Michelle Bachelet condenou, pelas redes sociais, a violência no país, que custou a vida de 39 mulheres neste ano. Elas exibiram cartazes com mensagens como “pena de morte para assassinos e violadores” ou “mulheres sobreviventes, sempre resistentes”.

Agência Efe

A capital do Chile, Santiago, também presenciou manifestações de mulheres contra o machismo

Em São Paulo, um grupo de mulheres pediu, na escadaria do Theatro Municipal, no centro da cidade, o fim da violência e do feminicídio. O ato foi convocado pelas redes sociais e transcorreu de forma pacífica. Na Cidade do México, centenas de pessoas vestidas de preto protestaram num monumento conhecido como Anjo da Independência.

Agência Efe

Paraguaias se reuniram em Assunção para protestar contra machismo e feminicídio

Houve protestos também nas cidades de Assunção (Paraguai), La Paz (Bolívia) e Lima (Peru). Já na América Central foram realizadas manifestações no Panamá, na Costa Rica, em El Salvador, na Nicarágua e na Guatemala.

Agência Efe

Costa-riquenhas também pediram fim do feminicídio

Uma mulher morta a cada 30 horas

Na semana passada, a sociedade argentina foi sacudida pelo macabro assassinato de Lucía Pérez, uma adolescente de 16 anos que, segundo as autoridades, morreu depois de ter sido submetida a um brutal estupro na cidade de Mar del Plata. Dois homens foram presos, acusados de serem os autores do crime.

“Não pode haver mais feminicídios. Eles estão aumentando, estão mais sangrentos e perversos”, afirmou, em vídeo, a juíza Elena Highton de Nolasco, da Corte Suprema. Ela acrescentou que, somente em outubro, foi registrado um caso por dia no país. Segundo dados da organização La Casa del Encuentro, a cada 30 horas uma mulher é assassinada na Argentina.

Agência Efe

Cartaz durante manifestação na Nicarágua diz que “os homens estão matando mulheres”

Desde 2009, uma lei protege as mulheres contra vários tipos de violência, desde a física e sexual até a psicológica e a discriminação no mercado de trabalho, mas muitas vezes os casos de agressão doméstica são tratados judicialmente como conflitos privados.

A mobilização foi precedida por uma greve de uma hora, durante a qual milhares de mulheres paralisaram suas atividades para protestar contra a violência e lembrar as vítimas. Muitos órgãos do governo limitaram o expediente até o meio-dia desta quarta-feira, em adesão aos protestos.