Sábado, 6 de dezembro de 2025
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As agências humanitárias da ONU alertaram nesta sexta-feira (14/10) que é possível que uma epidemia de cólera — além de outras doenças relacionadas com a contaminação da água — volte a assolar o Haiti, após a passagem do furacão Matthew.

Mais de dez dias depois que o furacão arrasou a parte sul do país caribenha, a ONU ainda não conseguiu levantar com precisão o número de pessoas que foram infectadas, e que morreram, por consequência do contágio de cólera.

Agência Efe

Passagem do furacão Matthew pode provocar novo surto de cólera no Haiti, alertam OMS e Unicef

Fadéla Chaib, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse hoje que foram registrados mais de 470 casos suspeitos de cólera no país em apenas quatro dias, mas que nenhum deles pôde ser confirmado em um laboratório, viso que a rede de tratamento ficou muito afetada pela passagem do furacão.

“Cerca de 75% dos centros de tratamento de cólera ficaram destruídos ou afetados, enquanto 50% dos centros sanitários ficaram afetados”, afirmou Chaib.

Segundo a porta-voz, esse número é relativamente “normal” já que antes do desastre eram contabilizados em média 700 casos suspeitos por semana.

OMS já registrou mais de 470 casos de suspeita de cólera no país; cerca de 75% dos centros de tratamento da doença foram danificados por Matthew

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No entanto, além dos números, a experiência faz temer um novo surto de casos, sobretudo nas áreas mais afetadas, não só porque o fornecimento de água potável ficou interrompido, mas porque os serviços de saneamento, se é que existiam previamente, ficaram inutilizados.

Além do cólera, podem surgir outras doenças relacionadas com a contaminação de água, como a gastroenterite — potencialente mortal no caso de pessoas vulneráveis, como crianças menores de cinco anos e idosos.

“Uma simples diarreia pode facilmente matar uma criança se não for tratada com efetividade e rapidez”, advertiu Christophe Boulierac, porta-voz do Unicef.

Diante desta realidade, a OMS, em colaboração com o governo do Haiti, desenvolverá a partir deste fim de semana um trabalho de “mapeamento”, segundo Chaib, para poder determinar onde há mais risco de surgirem doenças e onde a população é mais vulnerável.

A respeito das vacinas, a OMS enviará 1 milhão de doses ao país nos próximos dias.

O atual surto de cólera foi introduzido no Haiti por um contingente do Nepal que integrava as forças de paz da ONU na nação, após o terremoto de 2010.

Desde então, 800 mil pessoas se infectaram com a doença, das quais 96.300 morreram, de acordo com a OMS.