Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Talibã pediu ajuda internacional nesta terça-feira (02/09) em meio às operações de buscas no Afeganistão. O país se recupera de um terremoto de magnitude 6.0 na escala Richter que matou mais de 1.4 mil pessoas, deixou milhares de feridos e destruiu aldeias inteiras no último domingo (31/08), na província de Kunar, na região leste que faz fronteira com o Paquistão.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, muitas das vítimas ficaram presas sob os escombros de casas de barro e pedra construídas em vales íngremes. Nesta terça-feira, houve ainda um segundo terremoto, de magnitude 5,5, no sudeste do Afeganistão, provocando temores de mais danos e destruição.

Antes do segundo abalo sísmico, o número de mortos havia passado de 1.411, com mais de 3 mil feridos, conforme o porta-voz do governo do Talibã, Zabihullah Mujahid. De acordo com as autoridades locais, a expectativa é de que o número de vítimas aumente à medida que as equipes de resgate alcancem locais mais isolados, muitos dos quais estavam inacessíveis mais de 24 horas após o primeiro terremoto. E com o segundo tremor desta terça-feira, espera-se que o número de mortos aumente ainda mais.

Sharafat Zaman, porta-voz do Ministério da Saúde em Cabul, pediu ajuda internacional para combater a devastação. “Precisamos disso porque aqui muitas pessoas perderam suas vidas e casas”, disse.

Um segundo terremoto atingiu o leste do Afeganistão nesta terça-feira (02/09)
X/United Nations

Segundo o Guardian, o Afeganistão já sofria de uma grave crise econômica e uma retirada da ajuda internacional após a tomada do país pelo Talibã, em 2021. O veículo explicou que as “políticas linha-dura do Talibã”, tais como a proibição da educação e do emprego feminino, resultaram em uma queda acentuada no financiamento internacional e na assistência humanitária ao país.

O alto comissário das Nações Unidas (ONU) para Refugiados, Filippo Grandi, classificou a situação como uma “tempestade perfeita”, destacando ser “extremamente difícil mobilizar recursos por causa do Talibã. Portanto, é uma tempestade perfeita”.

Em entrevista à Sky News, Grandi lembrou que o país enfrenta uma “grande seca”, ao mesmo tempo em que “o Irã enviou de volta quase 2 milhões de pessoas” e o Paquistão “ameaça fazer o mesmo”. Para ele, “o Afeganistão já sofria com múltiplas crises humanitárias. O terremoto só aprofunda a tragédia.”