Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025
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O prêmio Nobel da Paz 2023 foi atribuído a Narges Mohammadi, jornalista e militante iraniana pelos direitos humanos presa em Teerã. Ela se torna a 19° mulher a ganhar o prêmio em 122 anos. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (06/10) pelo comitê do Nobel.

Narges Mohammadi, de 51 anos, é conhecida principalmente por sua militância pelos direitos das mulheres e a abolição da pena de morte. Ela foi presa diversas vezes e atualmente cumpre pena na prisão de Evin, em Teerã, desde setembro de 2021.

Ela foi escolhida por “sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e sua luta para promover os direitos humanos e a paz para todos”, de acordo com o comitê do Nobel da Paz. A ONU reagiu dizendo que o Nobel da Paz premiou “a coragem e a determinação das mulheres iranianas”.

Segundo a organização Repórteres sem fronteiras (RSF), a militante foi condenada a mais de 10 anos de reclusão, uma pena que foi estendida após Mohammadi denunciar violências sexuais cometidas por oficiais contra as mulheres em detenção. A pena poderia ser prolongada novamente porque cinco processos correm na Justiça iraniana contra ela, segundo a RSF.

Ativista foi escolhida por 'luta contra a opressão das mulheres' no país e por 'promover os direitos humanos e a paz para todos'; ela é 19° mulher a ganhar o prêmio em 122 anos

Divulgação

Narges Mohammadi, de 51 anos, é conhecida principalmente por militância pelos direitos das mulheres e a abolição da pena de morte

Mohammadi é vice-presidente do Centro de defensores dos direitos humanos no Irã, uma ONG dirigida por Shirin Ebadi, também ganhadora do prêmio Nobel da Paz, em 2003.

Um ano após a morte em detenção de Mahsa Amini, presa no Irã por usar o véu de maneira considerada incorreta, e as manifestações contra o governo iraniano, o nome de Mohamadi era esperado. “Deem o prêmio Nobel da Paz às mulheres iranianas”, defendeu recentemente Per Oval Odegard, editorialista do popular jornal norueguês VG.

Em 2022, o comitê recompensou três defensores dos direitos humanos em Belarus, Ucrânia e na Rússia. Ales Bialiatski, pelo trabalho no Centro de Direitos Humanos Viasna, a principal organização pelos direitos humanos em Belarus, a organização ucraniana Center for Civil Liberties e a ONG russa Memorial, obrigada a fechar em 2021.