Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Uma multidão de 250 mil pessoas participou na manhã deste sábado (26/04) do funeral do Papa Francisco, entre elas, 55 chefes de Estado, 14 chefes de governo e 12 monarcas reinantes, informou o Vaticano.

O enterro do papa acontece nesta manhã, após três dias de velório aberto e da celebração da Missa de Exéquias, comandada pelo cardeal Giovanni Battista Re.

Além do presidente da Itália, Sergio Mattarella, e da primeira-ministra Giorgia Meloni, a cerimônia contou com a presença de vários líderes mundiais, como o presidente Lula, que chegou nesta sexta-feira em Roma, para o velório na Basílica de São Pedro.

Acompanham o presidente brasileiro a primeira-dama Janja da Silva, a ex-presidenta Dilma Rousseff, ministros do governo, entre eles, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, além de outras autoridades.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, compareceu ao funeral ao lado da primeira-dama Melania e ficou na primeira fila da cerimônia. Inicialmente, os líderes seriam posicionados em ordem alfabética dos países, mas o Vaticano mudou o protocolo, informa a Ansa.

O ex-presidente Joe Biden também esteve presente.

Lula e outros líderes mundiais participam do sepultamento do Papa Francisco neste sábado.
Ricardo Stuckert/PR

Líderes da América Latina

O presidente da Argentina, Javier Milei, um feroz crítico de Francisco em 2023, durante sua campanha presidencial, compareceu ao funeral acompanhado por sua irmã Karina, secretária-geral da presidência.

Além do argentino, entre os líderes da América Latina presentes em Roma, estão os presidentes de Honduras, Xiomara Castro, do Equador, Daniel Noboa e da República Dominicana, Luis Abinader.

Cuba enviou o seu vice-presidente Salvador Valdés Mesa e o México se fez presente por meio da ministra do Interior, Rosa Icela Rodríguez, representando a presidente Claudia Sheinbaum.

Já a Colômbia enviou uma delegação liderada pela primeira-dama Verónica Alcocer e pela ministra das Relações Exteriores, Laura Sarabia. O Chile enviou o chanceler Alberto van Klaveren, o presidente do Senado, Manuel José Ossandón e o presidente da Câmara dos Deputados, José Miguel Castro.

A Guatemala é representada pelo ministro da Cultura e Esportes, Liwy Grazioso. O Peru pelo chanceler Elmer Schialer, o Panamá por Javier Martínez-Acha e o Uruguai pelo diplomata Mario Lubetkin.

Já o Paraguai enviou para a cerimônia o presidente da Câmara dos Deputados, Raúl Latorre, e a Venezuela, uma delegação liderada pelo chanceler Yván Gil e pela prefeita de Caracas, Carmen Teresa Meléndez.

Líderes europeus

A presidenta da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, António Costa também participaram da despedida de Bergoglio, ao lado de vários líderes europeus.

Entre eles, marcaram presença os presidentes da França, Emmanuel Macron, da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

A aristocracia europeia também prestou a sua homenagem, com a presenças do Rei Felipe VI e da Rainha Letizia da Espanha, do Rei Philippe e da Rainha Mathilde da Bélgica, e do príncipe William do Reino Unido, acompanhado do primeiro-ministro Keir Starmer.

O Vaticano informou que, ao todo, delegações de pelo menos 160 países e organizações internacionais participaram do funeral hoje cedo.

Após a cerimônia, o corpo de Francisco seguiu para o sepultamento na Basílica de Santa Maria Maggiore, em um caixão simples de madeira, conforme a sua vontade.

A procissão saiu do Vaticano e passou pelo centro de Roma até a Piazza Venezia, contornando o Coliseu, antes de chegar em Santa Maria Maggiore, onde o papa costumava rezar antes de suas viagens internacionais.

O seu túmulo será marcado por uma placa de mármore com a inscrição “Franciscus” e uma réplica da sua cruz peitoral.

‘Construam pontes, não muros’

Durante a Missa de Exéquias e diante dos principais líderes mundiais, o Cardeal Giovanni Battista Re destacou o combate de Francisco em prol dos menos desfavorecidos e sua aspiração pela justiça social.

Acompanhe o trecho final da homilia proferida nesta manhã:

Em contraste com o que chamou de “cultura do desperdício”, ele falou da cultura do encontro e da solidariedade. O tema da fraternidade permeou todo o seu pontificado com tons vibrantes.

Em sua Carta Encíclica Fratelli tutti, ele quis reavivar uma aspiração mundial à fraternidade, porque somos todos filhos do mesmo Pai que está nos céus. Ele frequentemente nos lembrava com veemência que todos pertencemos à mesma família humana.

Em 2019, durante sua viagem aos Emirados Árabes Unidos, o Papa Francisco assinou um documento sobre a fraternidade humana pela paz mundial e pela convivência, recordando a paternidade comum de Deus.

Dirigindo-se a homens e mulheres de todo o mundo, na sua Carta Encíclica Laudato si’ ele chamou a atenção para os nossos deveres e responsabilidade partilhada pela nossa casa comum, afirmando: “ninguém se salva sozinho”.

Diante das guerras devastadoras dos últimos anos, com seus horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco elevou incessantemente a voz implorando pela paz e apelando à razão e à negociação honesta para encontrar soluções possíveis.

A guerra, disse ele, resulta na morte de pessoas e na destruição de lares, hospitais e escolas. A guerra sempre deixa o mundo pior do que era antes: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos.

“Construam pontes, não muros” foi uma exortação que ele repetiu muitas vezes, e seu serviço de fé como Sucessor do Apóstolo Pedro sempre esteve ligado ao serviço da humanidade em todas as suas dimensões.

Espiritualmente unidos a todo o cristianismo, estamos aqui em grande número para rezar pelo Papa Francisco, para que Deus o acolha na imensidão do seu amor.

O Papa Francisco costumava concluir seus discursos e encontros dizendo: “Não se esqueçam de rezar por mim”.

Caro Papa Francisco, pedimos-lhe agora que reze por nós. Que abençoe a Igreja, abençoe Roma e abençoe o mundo inteiro do céu, como fez no domingo passado, da sacada desta Basílica, em um último abraço com todo o povo de Deus, mas também abrace a humanidade que busca a verdade com um coração sincero e ergue a tocha da esperança.