Investigação sobre roubo do Louvre revela que riscos de invasão são subestimados há décadas
Segundo ministra da Cultura da França, conclusões preliminares da investigação sobre crime revelou protocolos de segurança obsoletos e negligência crônica dos riscos
O governo francês divulgou nesta sexta-feira (31/10) as conclusões preliminares da investigação do roubo ao Museu do Louvre, em Paris, e prometeu medidas emergenciais até o final do ano para reforçar a segurança da área ao redor do local. Segundo a ministra da Cultura da França, o relatório revelou protocolos de segurança obsoletos e uma negligência crônica dos riscos.
“Por mais de 20 anos, os riscos de invasão e roubo foram estruturalmente subestimados” no Louvre, declarou a ministra da Cultura Rachida Dati, em entrevista ao canal TF1, quase duas semanas após o espetacular roubo no museu.
“Não podemos continuar assim”, acrescentou. Dati explicou que sua avaliação se baseou nas conclusões iniciais do inquérito administrativo aberto no dia seguinte ao roubo, durante o qual oito joias da Coroa da França, avaliadas em cerca de € 88 milhões (quase R$ 55 milhões), foram roubadas à luz do dia por uma quadrilha de quatro criminosos.
As joias continuam desaparecidas. Segundo a ministra, o relatório destacou também “equipamentos de segurança inadequados” e protocolos “completamente obsoletos” para responder a roubos e invasões. Ao mesmo tempo que reafirmou que os sistemas de segurança dentro do museu funcionaram corretamente no dia do crime, a ministra anunciou medidas para corrigir uma “grave falha de segurança” na parte externa do museu.
“Vamos instalar sistemas antiarrombamento e anti-invasão”, anunciou ela, sem fornecer mais detalhes, garantindo que essas novas instalações estariam em funcionamento “antes do final do ano”.

No âmbito da investigação judicial, sete pessoas foram presas desde o roubo
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Prisões de suspeitos
No dia do roubo, os quatro criminosos conseguiram estacionar uma caminhonete com uma escada mecânica, a cerca de 180 metros da entrada principal do museu, permitindo que dois deles subissem até a Galeria de Apolo, onde as joias estavam guardadas.
Sob intensa pressão desde o roubo, que atraiu atenção mundial, a diretora do Louvre, Laurence des Cars, explicou que o reforço da segurança externa do museu já estava em andamento e que o primeiro dos sistemas “anti-arrombamento”, recomendados para instalação até o final de 2023, já estava sendo colocado em funcionamento.
As conclusões preliminares do inquérito administrativo, divulgadas por Rachida Dati, corroboram diversas avaliações recentes sobre a segurança do museu, que recebe cerca de 9 milhões de visitantes por ano.
No âmbito da investigação judicial, sete pessoas foram presas desde o roubo. Duas delas foram indiciadas e detidas, sob suspeita de integrarem a unidade de comando presente no local.























