Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A polícia indiana prendeu nesta semana um homem acusado de administrar uma embaixada falsa em um prédio residencial alugado perto de Nova Déli. Segundo as autoridades, Harshvardhan Jain, de 47 anos, alegou ter atuado como conselheiro ou embaixador de micronações sem reconhecimento internacional como “Seborga”, “Westarctica” e “Poulbia Lodonia”.

Para convencer as vítimas, Jain utilizava fotografias manipuladas ao lado de líderes políticos, como o primeiro-ministro Narendra Modi e o ex-presidente APJ Abdul Kalam (2002-2007). Ele prometia facilidades para negócios internacionais e vagas de emprego no exterior. Também distribuía carteiras de identidade diplomática e de imprensa sem qualquer autorização legal, enquanto conduzia operações de lavagem de dinheiro e transações ilegais a partir do local.

Segundo a Nova Déli TV (NDTV), a embaixada falsa funcionava desde 2017 e as investigações mostram que Jain organizava eventos beneficentes, incluindo bhandaras (festas comunitárias), em frente à “embaixada”, para manter o espetáculo. Do lado de fora, uma placa identifica Jain como “SE HV Jain, Cônsul-Geral do Grão-Ducado da Westártica”.

Westártica é uma micronação fundada por um oficial da Marinha dos Estados Unidos, mas não reconhecida por nenhum país. Dias antes da revelação da falsa embaixada, o perfil oficial do Instagram da Westarctica havia compartilhado fotos de seu “Consulado-Geral em Nova Déli”.

'Administrado pelo Barão HV Jain, o Consulado-Geral da Westarctica em Nova Déli está em operação desde 2017', publicou a página oficial de Westarctica

‘Administrado pelo Barão HV Jain, o Consulado-Geral da Westarctica em Nova Déli está em operação desde 2017’, publicou a página oficial de Westarctica
@westarctica.aq / Instagram

A polícia indiana recuperou quatro carros com placas diplomáticas falsas, quase 4,5 milhões de rúpias indianas (equivalentes a cerca de R$ 248.042,00) e outras moedas estrangeiras, selos falsos do Ministério das Relações Exteriores da Índia e de quase três dúzias de países, segundo informe apresentado por Sushil Ghule, que liderou a força-tarefa especial do estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia.

Jain também é suspeito de lavagem de dinheiro, através de empresas de fachada no exterior, além de acusações de falsificação de identidade e posse de documentos falsos.

Quem é Harshvardhan Jain?

O falso embaixador é formado em Administração de Empresas pelo London College of Applied Science, e também possui um MBA pelo ITS College, em Ghaziabad.

Filho de um empresário local, Jain cresceu em uma família que controlava minas de mármore no Rajastão. Após a morte do pai, os negócios entraram em declínio.

Ele então se aproximou de Chandraswami, figura que o ajudou a se mudar para Londres, onde fundou diversas empresas. Depois da morte de Chandraswami, ele retornou a Ghaziabad, onde passou a montar esquemas fraudulentos se apresentando como diplomata.

Fontes ligadas ao caso afirmam ainda que ele também manteve vínculos com Adnan Khashoggi, conhecido traficante internacional de armas.