Furacão Melissa deixa ao menos 30 mortos no Caribe e segue para Bermudas
Cuba anuncia plano de recuperação nas províncias mais atingidas, priorizando restabelecer energia elétrica; Venezuela envia ajuda humanitária para região
O furacão Melissa, uma das tempestades atlânticas mais devastadoras em mais de 150 anos, já deixou ao menos 30 mortes em todo o Caribe. O fenômeno, que alcançou regiões do Haiti, da Jamaica e de Cuba, atingiu nesta quinta-feira (30/10) as Bahamas e, agora, segue em direção às Bermudas.
De acordo com as autoridades locais e o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), Melissa enfraqueceu ligeiramente, mas continua classificada na categoria 3, com ventos sustentados de até 205 km/h. Nos últimos dias, a tempestade tem oscilado entre as categorias 3, 4 e 5, as mais altas na escala Saffir-Simpson.
“Os moradores das Bahamas devem permanecer abrigados”, alertou o NHC, recomendando às autoridades das Bermudas que concluam “todos os preparativos antes da chegada dos primeiros ventos com força tropical”.
No Haiti, dezenas de pessoas continuam desaparecidas após enchentes e deslizamentos de terra. Na Jamaica, registram-se estradas intransitáveis, casas destruídas e interrupções generalizadas no fornecimento de energia elétrica. Já em Cuba, o furacão causou um colapso quase total no sistema elétrico nacional.
Segundo a empresa estatal Unión Eléctrica (UNE), apenas 37% da rede elétrica permanece ativa, com graves danos em várias usinas termelétricas. As plantas de Renté (Santiago de Cuba) e Felton (Holguín), duas das maiores do país, foram completamente desligadas devido aos estragos provocados pelos ventos e pelas inundações.
“O déficit de capacidade de geração de Camagüey a Pinar del Río será muito alto”, alertou a UNE em comunicado.

O furacão Melissa já deixou ao menos 30 mortes em todo o Caribe ao atingir a região como uma das tempestades atlânticas mais poderosas em mais de 150 anos
Ministerio de Energía y Minas de Cuba
Atualmente, apenas as usinas Antonio Guiteras (Matanzas), Nuevitas (Camagüey) e os três blocos de Mariel estão em funcionamento, produzindo cerca de 500 megawatts — menos de 16% da demanda nacional. Com a adição da geração distribuída e de parques solares não afetados, a produção total chega a aproximadamente 1.200 megawatts.
Chuvas torrenciais e inundações continuam castigando o leste cubano, especialmente a cidade de Bayamo (Granma), onde o rio Bayamo transbordou, alagando bairros inteiros após a abertura de barragens a montante.
Nesta quinta-feira, o Ministro de Energia e Minas de Cuba, Vicente de la O Levy, anunciou que já está sendo realizado um plano de recuperação com brigadas que foram enviadas de Pinar del Río a Camagüey para apoiar os eletricistas nas províncias de Las Tunas, Holguín, Granma, Santiago de Cuba e Guantánamo.
De acordo com o ministro, 2.415 geradores de emergência já têm combustível e a disponibilidade em hospitais, estações de bombeamento, centros vitais e centros de comunicações aumentou para 84%. O principal objetivo das tarefas de recuperação é restabelecer a eletricidade o mais rápido possível, disse o ministro cubano de Energia e Minas.
Por sua vez, o chanceler da Venezuela, Yván Gil, informou nesta quinta-feira o envio de 46 toneladas de ajuda humanitária para Cuba e Jamaica. O diplomata explicou que 26 toneladas de suprimentos médicos, alimentares e de infraestrutura foram enviadas em um voo da companhia aérea Conviasa para Cuba, enquanto outras 20 toneladas foram destinadas aos jamaicanos.
(*) Com Ansa e Telesur























