Com calor de 50 ºC, Irã vive crise hídrica e planeja importar água
Autoridades iranianas anunciam novo feriado em Teerã para combater ondas de calor, seca intensa e falta de energia
As autoridades iranianas pediram aos cidadãos para que limitem o consumo de água e tentem ficar em casa em meio a intensas ondas de calor e uma grave crise hídrica em todo o país. De acordo com um anúncio publicado pelo país persa no fim de semana, escritórios governamentais, bancos e empresas em Teerã deverão ser fechados nesta quarta-feira (23/07) como uma alternativa para economizar energia.
O serviço meteorológico do Irã informou que a nação está atualmente na semana mais quente do ano, com temperaturas que ultrapassam os 50 ºC em algumas regiões. Na cidade de Shabankareh, por exemplo, os termômetros chegaram a registrar 52,8 ºC nos últimos dias. Já a capital iraniana atingiu 41 °C na segunda-feira (21/07).
Embora o país tenha centenas de barragens, ele enfrenta uma seca intensa que prejudica a sua produção há cinco anos, e confere-se que neste ano os volumes de chuva são ainda menores. As ondas de calor também já levaram a cortes de energia em território nacional.
Na semana passada, o ministro da Energia iraniano, Abbas Aliabadi, anunciou que o governo tem realizado negociações para importar água e que elas estão em andamento com o Turcomenistão, Afeganistão, Tadjiquistão e Uzbequistão.

O serviço meteorológico do Irã informou que a nação está na semana mais quente do ano, com temperaturas que ultrapassam os 50ºC em algumas regiões
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De acordo com relatos obtidos pelo jornal britânico The Guardian, cidadãos do país persa afirmam sentir queimaduras na pele e incapacidade de caminhar sob a luz direta do sol. Ainda acrescentam que as autoridades locais reduziram o abastecimento de água para administrar a crise, chegando a interrupções de água de mais de 12 horas por dia.
Segundo a mídia estatal iraniana, durante uma reunião de gabinete no domingo (20/07), o presidente Masoud Pezeshkian emitiu um alerta para evitar situações irreversíveis no futuro.
“A crise da água é mais séria do que o que está sendo discutido hoje e, se não tomarmos medidas urgentes agora, enfrentaremos uma situação no futuro para a qual nenhuma solução pode ser encontrada”, afirmou. “No setor de água, além da gestão e do planejamento, também precisamos lidar com o consumo excessivo.”























