Brasil envia urânio enriquecido para argentinos; é primeira vez que país exporta material
Argentina receberá quatro toneladas enriquecidas pela INB, que atualmente atende apenas 40% das necessidades de consumo de Angra 1
Atualizada às 17h45
O governo do Brasil autorizou na sexta-feira (14/10) o envio da primeira carga de urânio enriquecido para abastecer o reator nuclear de Buenos Aires, capital da Argentina, anunciou nesta terça-feira (18/10) o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Está é a primeira vez que o Brasil exporta urânio enriquecido.
Serão exportadas quatro toneladas do elemento para a Argentina, que pagou US$ 4,5 milhões (aproximadamente R$ 14,31 mi) pela carga — a data do envio, porém, ainda não foi divulgada.
Divulgação/INB
A INB realiza o enriquecimento de urânio natural e em gás que o Brasil exporta de países como Alemanha, Reino Unido, França e Holanda
O contrato, entre as estatais Conuar (Combustibles Nucleares Argentinos) e a INB (Indústrias Nucleares do Brasil), havia sido assinado em junho, após um ano de negociações.
Para o presidente da INB, João Carlos Tupinambá, a exportação dará “uma relevância muito grande ao Brasil e ao desenvolvimento tecnológico que nós atingimos”.

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Segundo ele, já estão sendo realizadas negociações com a Argentina para uma nova exportação no segundo semestre de 2017.
“A Argentina é o parceiro preferencial porque tem toda essa facilidade de você conseguir transportar pela via terrestre e também porque nós temos uma limitação na nossa capacidade de produção. Então, a princípio, a gente está pensando só em consolidar essa posição junto à Argentina”, afirmou Tupinambá em comunicado do ministério.
Atualmente, o Brasil importa urânio natural e enriquecido na forma de gás, exportado por países como Alemanha, Reino Unido, Holanda e França. A nível nacional é feito o enriquecimento do dióxido de urânio, que transforma o elemento em pó, na cidade de Rezende, no Rio de Janeiro.
A capacidade de produção de urânio enriquecido da INB, no momento, só é capaz de atender 40% das necessidades da usina nuclear Angra 1, em Angra dos Reis. No entanto, de acordo com o presidente da companhia, existe um projeto para 2019 de aumentar a capacidade de enriquecimento da INB de modo que ela consiga abastecer Angra 1, 2 e 3 (ainda em construção).























