Bolívia investiga religiosos por ocultar casos de pedofilia no país
País faz ampla investigação sobre denúncias de abuso de menores desde revelação dos casos por reportagem no jornal 'El País' no final de abril
Os jesuítas Osvaldo Chirveches e Bernardo Mercado compareceram ao Ministério Público da Bolívia para prestar declarações no contexto de uma ampla investigação sobre denúncias de pedofilia na última quarta-feira (31/05).
Segundo a promotora Verónica Miranda, há vários religiosos suspeitos de terem encoberto abusos sexuais cometidos contra menores no país e que, com o passar dos dias, surgem mais denúncias contra padres de diversas ordens que cometem crimes sexuais contra crianças e adolescentes.
Apesar de acusados, Chirveches e Mercado ainda não foram detidos, mas a detenção dos mesmos será pedida para evitar uma eventual fuga, de acordo com a promotora do caso.
Durante busca policial nos escritórios da ordem jesuíta em La Paz, capital do país, foram encontrados provas contendo denúncias contra o padre Alfonso Pedrajas (conhecido como Pica) e Alejandro Mestre, ex-secretário-geral da Conferência Episcopal Boliviana, ambos já falecidos.
Segundo os religiosos em tentativa de defesa, foi aberto um procedimento interno sobre os casos. No entanto, as autoridades bolivianas responderam que o país é regido por um Código Penal próprio e que, com base nisso, a investigação deveria ser estendida ao crime de ocultação sobre os casos de abuso de menores.

Twitter/Fiscalía de Bolivia
Segundo promotoria, há vários religiosos suspeitos de terem encoberto abusos sexuais cometidos contra menores no país
Já o ex-noviço jesuíta Pedro Lima, considerado um informante “chave” na investigação, compareceu como testemunha á investigação e, em entrevista ao canal estatal Bolivia TV convocou muitas vítimas para “quebrar o silêncio por constrangimento e comparecer como denunciantes”.
A lista de acusados, além de Mestre e Pedrajas, inclui também os falecidos Antonio Gausset (Tuco), Carlos Villamil (Vicu), Luis Roma (Lucho), Francisco Pifarré (Pifa) e Jorge Vila. Outros envolvidos no encobrimento são Francesc Peris (Chesco), Marcos Recolons e Ramón Alaix.
As investigações sobre o escândalo têm como pano de fundo as revelações do diário íntimo do padre Pedrajas de pelo menos 85 crimes desse tipo, a maioria na Bolívia. Os abusos foram revelados em 30 de abril como parte de uma investigação do jornalista Julio Núñez para o jornal espanhol El País.
(*) Com TeleSUR























