Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Revolução Russa de 1917 inaugurou o primeiro estado socialista do mundo, provocando uma revolução global contra o capitalismo e o imperialismo, e declarando abertamente sua oposição ao colonialismo, ao racismo e à exploração.

Durante a Revolução e nos anos posteriores que consolidaram a União Soviética, a figura da mulher foi amplamente utilizada em cartazes de propaganda. O “agitprop”, termo cunhado pela abreviação das palavras agitação e propaganda, foi utilizado como ferramenta de divulgação dos ideais marxistas-leninistas a operários e trabalhadores, muitas vezes tendo a mulher como protagonista.

Veja a seguir alguns dos principais cartazes de divulgação dos ideais revolucionários:

“Trabalhadoras, peguem os rifles” (1917)

A autoria do cartaz é atribuída a Lev Brodarty (1889 – 1954). Artista gráfico e ilustrador, estudou na Academia de Belas Artes, na Polônia. Além de imagens de divulgação dos ideais da Revolução, desenhou caricaturas para o jornal Pravda e outras publicações da época, além de ilustrações para livros.

“Mulher libertada, construa o socialismo!” (1926)

O cartaz de Adolf Iosifovich Strahov-Bratislavsky (1896 – 1979) mostra a influência de correntes artísticas no material de propaganda soviética, como neste caso nas sombras e formas geométricas, refletindo os movimentos de vanguarda da arte do século 20.

“Dia Internacional da Mulher Trabalhadora é o dia de julgamento da concorrência socialista” (1930)

A artista russa Valentina Kulagina (1902 – 1987) produziu cartazes e materiais de propaganda em colaboração com seu marido, Gustav Klutsis, também artista, que conheceu na escola Vkhutemas em 1920.

Imagem da mulher, incluída no movimento dos trabalhadores russos, foi amplamente utilizada pela propaganda soviética; veja a seguir oito cartazes que exemplificam a representação feminina na arte do 'agitprop'

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“Dia Internacional da Mulher Trabalhadora – é o dia de luta do proletariado” (1931)

Também produzido por Valentina Kulagina que, combinando técnicas de pintura com fotografias e outros elementos gráficos, foi uma das figuras centrais do Construtivismo no início do século 20, ao lado de El Lissitzky, Alexander Rodchenko e o própio marido, Gustav Klutsis.

“Fascismo – o inimigo mais cruel das mulheres” (1941)

Produzido por Nina Vatolina (1915 – 2002). A artista estudou no Instituto de Moscou (1937 – 1942), especializando-se em pintura, principalmente de retratos. No aguge da sua carreira, nos anos 60, decidiu mudar de direção e seguir carreira na literatura, tendo sido publicada pela editora “Soviet Artist”. Casou-se com o artista Max Avadevich Birstein.

“Mãe pátria” (1941)

Irakli Moissejewitsch  Toidze (1902 – 1985) foi um pintor georgiano e artista gráfico. Neste cartaz, faz referência à proposta de que o serviço militar obrigatório abrangesse as mulheres, que surgiu após o lançamento da Operação Barbarossa de invasão da União Soviética por tropas nazistas em 22 de junho de 1941. Filho do artista georgiano Moses Toidze, o autor criou uma série de cartazes de propaganda durante a Segunda Guerra Mundial e ganhou o Prêmio Stalin em diversas ocasiões durante os anos 1940 por suas ilustrações.

“Solidariedade – não ao fascismo” (1975)

Cartaz produzido pelo artista soviético Viktor Koretsky (1909 – 1998), em que mostra uma mulher com um lenço vermelho. Viktor Koretsky também fazia parte da Brigada KGK3, coletivo composto por ele, Vera Gitsevich e Boris Knoblok. Estudou na Escola de Artes Ilustrativas de Moscou, onde teve influência dos Construtivistas; seu interesse na arte do pôster do agit-prop originou-se de seu fascínio com as fotomontagens de John Heartfield (nome artístico do pintor alemão Helmut Herzfeld).

“Se não eu e você, então quem?” (1987)

Tarasova Ljudmila Semenovna nasceu em 1937 em Moscou. Após estudar no Colégio de Arquitetura de Moscou, concluiu seus estudos na Universidade Estatal Stroganov de Artes e Indústria.