Colômbia fecha fronteiras com Venezuela por coronavírus; 'ato irresponsável', diz Caracas

O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou na noite desta sexta-feira (13/03) o fechamento das fronteiras com a Venezuela a partir deste sábado (14/03) para, segundo o próprio mandatário, servir “como medida de proteção” contra o coronavírus.

Na madrugada deste sábado, o governo da Venezuela respondeu às medidas de Duque e classificou como “uma ato de irresponsabilidade grotesca” o fechamento das fronteiras.

“Ao ordenar o fechamento das passagens legais na fronteira com a Venezuela, o sr. Iván Duque, em um ato de irresponsabilidade grotesca, entrega as fronteiras ao paramilitarismo colombiano para anular e burlar os devidos controles epidemiológicos e sanitários”, disse pelo Twitter a vice-presidente venezuelana Delcy Rodríguez.

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Ainda segundo a vice-mandatária, a negação de cooperação do governo colombiano “é uma insensatez selvagem que violenta a cooperação internacional ordenada pela OMS como mecanismo apropriado para superar esta grave pandemia”.

Até o momento, a Colômbia já registrou 16 casos de contaminação por coronavírus, enquanto a Venezuela tem apenas dois casos confirmados.

“A República Bolivariana da Venezuela reitera seu compromisso com o sistema sanitário internacional, guiada pelos princípios de solidariedade, corresponsabilidade e cooperação nesta horas de sensível ameaça contra a humanidade”, disse Rodríguez.

Estado de emergência

Na noite desta sexta-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou estado de emergência para combater um possível surto de coronavírus no país.

“Decreto Estado de Emergência Constitucional a fim de ter as faculdades para tomar as decisões que permitam enfrentar esta pandemia”, disse Maduro em reunião aberta com seu gabinete ministerial no Palácio de Miraflores nesta sexta.

Com a medida, estão suspensas todas as aulas no país a partir da próxima segunda-feira (16/03). O presidente anunciou a implementação do “Programa Cada Família é uma Escola, para efetuar a continuação do ano escolar desde os lares das famílias venezuelanas”.

Maduro ainda destacou a importância do poder popular no combate ao coronavírus, bem como a atuação dos profissionais do programa Barrio Adentro, que leva médicos às comunidades pobres do país.

“Os Conselhos Comunais, Comunas e Organizações Populares, assim como os 15 mil médicos do Barrio Adentro, estarão ativos, visitando casa por casa, levando ao povo a informação necessárias para a prevenção”, disse.

O presidente também afirmou que manteve contato com governadores e prefeitos de todo o país, inclusive os de oposição, “para trabalhar em conjunto”. “Aqui todos somos venezuelanos e venezuelanas”, disse.

Maduro também afirmou que o Ministério da Defesa da Venezuela entrou em contato com o Ministério da Defesa do Brasil para colocar em práticas medidas de coordenação nas zonas fronteiriças.

“Devo dizer que houve uma boa conversa de cooperação entre o ministro da Defesa do Brasil [Fernando Azevedo e Silva] e o ministro da Defesa da Venezuela [Vladimir Padrino López]. Foram tomadas decisões conjuntas entre ambos os governos para atender a situação fronteiriça”, disse.