Zohran Mamdani lidera pesquisas eleitorais para Prefeitura de Nova York
Segundo New York Times, político muçulmano tem 46% das intenções de voto contra 33% de seu principal oponente, Andrew Cuomo
Segundo estatísticas do New York Times, atualizadas nesta segunda-feira (13/10), o político muçulmano Zohran Mamdani está na liderança das pesquisas referentes às eleições municipais de Nova York, nos Estados Unidos, que serão realizadas em 4 de novembro.
De acordo com a pesquisa da Universidade Quinnipiac, realizada entre 3 e 7 de outubro, o deputado estadual pelo Queens tem 46% de intenções de voto, contra 33% de seu principal oponente, o ex-governador de Nova York Andrew M. Cuomo, e 15% do candidato do Partido Republicano, Curtis Sliwa.
Mamdani também aparece em primeiro lugar em todas as pesquisas destacadas pelo NYT realizadas desde junho passado, com exceção de três que mostram Cuomo na liderança, sendo apenas uma com diferença confortável entre os candidatos (14% a mais para Cuomo).
A liderança de Mamdani ocorre na esteira de uma estratégia política de sua campanha, que o NYT classifica como “inesperada”: sua tentativa de “encantar os capitalistas mais poderosos” de Nova York.
Apesar de ter como pautas eleitorais o congelamento de aluguéis, o estabelecimento de transporte gratuito na cidade, e outras falas de um “socialista democrata, que continua a abraçar visões de esquerda”, como define o próprio NYT — Mamdani tem tentado estabelecer diálogo com empresários milionários que antes investiram muito dinheiro para derrubar sua campanha.

Aproximação ocorre em meio ao “medo e oposição” que Mamdani causa no setor empresarial de Nova York
Bingjiefu He/Wikicommons
A oposição dos empresários a Mamdani decorre dos “riscos” que suas propostas representam à categoria. O jornal norte-americano lembra que sua campanha “propõe arrecadar cerca de US$ 10 bilhões (R$ 55 bilhões) , em grande parte por meio de impostos sobre empresas e nova-iorquinos ricos, para financiar seus planos de expansão, que incluem creches universais e ônibus gratuitos”.
A aproximação também ocorre em meio ao “medo e oposição” que Mamdani causa no setor, com alguns mencionando mudanças para outros estados ou até mesmo esforços para bloquear sua eleição.
Segundo o periódico, a comunidade empresarial de NY gastou mais de US$ 20 milhões (R$ 110 milhões) para tentar derrotá-lo por meio do Comitê de Ação Política (PAC), que permite a arrecadação ou gastos de fundos para eleger ou derrotar candidatos. O PAC pode ser realizado por meio de doações limitadas a determinados políticos ou com propagandas.
Na análise do jornal, ao se reunir “a portas fechadas” com Mamdani, a “elite de Nova York se vê inesperadamente, encantada”. Isso ocorre porque o deputado é “bem-educado, filho de intelectuais de Manhattan, ouve, faz perguntas e é amável”. Mas o NYT destaca o que o candidato não faz: “não dá sermões aos líderes empresariais, em vez disso, absorve seus pontos de vista e, às vezes, promete pensar sobre seus argumentos”.
“O efeito tem sido estranhamente reconfortante”, com democratas moderados declarando seu apoio a Mamdani, e líderes empresariais — opostos à “juventude, inexperiência e opiniões anti-Israel” do deputado — “pelo menos temporariamente, amenizados”.
“Mamdani encanta seus interlocutores ao parecer ouvir atentamente e se envolver substancialmente, mesmo que nunca recue completamente. Aqueles que participaram o descrevem rotineiramente como alguém ávido por encontrar um denominador comum. Em outras palavras, ele é um político talentoso”, analisou o periódico.























