Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O cineasta Walter Salles defendeu a taxação das grandes fortunas no Brasil, afirmando que o tema é importante na “construção de um país mais justo e igualitário”.

A declaração ocorreu durante seu discurso na premiação Faz Diferença, realizado no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro (RJ) na terça-feira (08/07). Segundo o bilionário, é preciso “corrigir as distorções de um sistema que, como a gente sabe, cobra mais de quem tem menos”.

Após ser eleito uma das personalidades do ano, o diretor do vencedor do Oscar Ainda Estou Aqui fez um apelo por justiça fiscal e destacou as distorções do atual sistema tributário. “Quero deixar todo o meu apoio à tributação progressiva, todo meu apoio à taxação às grandes fortunas”, afirmou o herdeiro do banqueiro Walther Moreira Salles. Segundo a Revista Forbes, ele tem uma fortuna estimada em US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 25 bi).

O cineasta ainda fez menção à tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, fazendo alusão à possibilidade de retornos de “tempos sombrios”. “A gente vive num momento em que o país que lutou tanto pela democracia sofreu uma tentativa recente de desestabilização dessa democracia”.

“O reconhecimento neste momento se torna ainda mais simbólico para a gente. Por muito pouco, a gente não regressou aos tempos sombrios descritos no filme. E aproveito para lembrar que flashback nem em cinema é bom. Finalmente queria dizer que, para a democracia existir, é preciso justiça”, completou o cineasta.

Contexto político

O posicionamento do diretor surge em um momento no qual o governo Lula articula no Congresso propostas para aumentar a arrecadação por meio de impostos progressivos, como a “taxação dos super-ricos”, apoiada pela esquerda e por outras organizações.

O projeto enfrenta oposição parlamentar, principalmente bancadas ligadas ao mercado financeiro, agronegócio e grandes corporações, que têm bloqueado o avanço da proposta.