Voos espaciais: nova ordem de Trump favorece Elon Musk e Jeff Bezos
Medida, lançada na última quarta-feira (13/08), deve simplificar lançamento de foguetes comerciais por empresas privadas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na última quarta-feira (14/08) uma ordem executiva para simplificar as normas relacionadas aos lançamentos de foguetes comerciais.
Conforme um comunicado da Casa Branca, a ordem determina que o secretário de Transportes dos EUA revise e acelere os processos de análise ambiental exigidos para a concessão de licenças de lançamento pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).
A medida tem potencial de beneficiar empresas privadas do setor espacial, como a SpaceX, de Elon Musk, além de outros empreendimentos do ramo.
O documento também solicita a eliminação de “regras desatualizadas, redundantes ou excessivamente restritivas para o lançamento e reentrada de veículos”: “processos de licenciamento ineficientes desestimulam o investimento e a inovação, limitando a capacidade das empresas americanas de liderar os mercados espaciais globais”, afirma a ordem executiva.
Embora a SpaceX não seja citada diretamente no texto, analistas apontam que a empresa liderada por Musk está entre as principais beneficiárias da decisão. A companhia se destaca no setor aeroespacial dos EUA pelo volume de lançamentos realizados para a sua própria rede de satélites, para a NASA, para o Pentágono e para outras empresas.

Musk tem se posicionado publicamente contra processos regulatórios conduzidos pela FAA, criticando estudos de impacto ambiental
Gage Skidmore/Wikimedia Commons
Musk tem se posicionado publicamente contra os processos regulatórios conduzidos pela FAA, criticando os estudos de impacto ambiental, investigações de acidentes pós-voo e revisões de licenciamento como entraves à realização de testes com o foguete Starship, em desenvolvimento na base da empresa no sul do Texas.
A Starship ocupa posição central no planejamento de longo prazo da SpaceX e está integrada aos planos da NASA de retomar a presença humana na Lua e realizar missões tripuladas para Marte. O modelo de testes da SpaceX aposta em lançamentos até o ponto de falha, com melhorias feitas em ciclos rápidos de repetição — abordagem considerada mais tolerante ao risco em comparação com empresas mais consolidadas do setor.
Essa prática, no entanto, tem gerado tensões com a missão da FAA, cuja prioridade é garantir a segurança pública e ambiental nos voos espaciais comerciais.
No início do ano, a FAA suspendeu os voos de teste da Starship por quase dois meses após explosões consecutivas, que resultaram em uma chuva de detritos sobre ilhas do Caribe e obrigaram dezenas de aeronaves a alterar suas rotas.
Após os incidentes, a FAA ampliou a zona de risco para aviões nas trajetórias de lançamento da Starship antes de liberar novas autorizações.
A medida também pode favorecer a Blue Origin, empresa fundada por Jeff Bezos, especialmente em seus projetos voltados ao turismo espacial.























