Venezuela propõe suspender acordos com Trinidad e Tobago por aliança com EUA
Proposta articulada pelo Ministério de Hidrocarbonetos e Petróleo foi enviada a Maduro; decisão ocorre após operação de falsa bandeira contra Caracas
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou nesta segunda-feira (27/10) a suspensão imediata de todos os acordos energéticos com Trinidad e Tobago. A decisão foi tomada em meio às tensões com a primeira-ministra trinitário-tobagense Kamla Persad-Bissessar, que foi acusada por Caracas de transformar o território caribenho “em uma base militar subordinada aos interesses hegemônicos dos Estados Unidos”.
Em coletiva, Rodríguez informou que o conselho de administração do Ministério de Hidrocarbonetos e Petróleo da Venezuela (PDVSA) propôs formalmente ao presidente Nicolás Maduro “a denúncia imediata do acordo-quadro de cooperação energética” assinado entre os dois países em 2015.
“Este acordo cobriu amplas áreas de cooperação energética – desenvolvimento conjunto de campos de gás, projetos de infraestrutura, iniciativas de hidrocarbonetos e monetização de recursos compartilhados. É uma estrutura abrangente, mas agora estamos propondo responsavelmente que o presidente a encerre imediatamente. Como resultado, todos os acordos de gás entre a Venezuela e Trinidad e Tobago serão suspensos”, explicou.

O USS Gravely estará em Trinidad até 30 de outubro, sendo ele uma das sete embarcações que o presidente norte-americano Donald Trump enviou ao Caribe
Official U.S. Navy Page
O acordo em questão havia sido renovado automaticamente em fevereiro por mais cinco anos. Na avaliação da vice-presidente, a suspensão responde ao fato de que Persad-Bissessar “decidiu se curvar à agenda belicista dos Estados Unidos para atacar um povo irmão”, contradizendo os sólidos laços históricos entre os dois povos. “[Trinidad] decidiu acreditar nas mentiras dos Estados Unidos, de que podem invadir a Venezuela, tomar o gás e entregá-lo. Não, o único caminho é a cooperação energética”.
No dia anterior, a Venezuela acusou Trinidad e Tobago de colaborar com os Estados Unidos em uma operação de bandeira falsa, que incluiria um ataque ao navio contratorpedeiro USS Gravely, da Marinha norte-americana, atracado no país caribenho, com objetivo de incriminar o governo Maduro. Segundo Caracas, a iniciativa foi confessada por um grupo de pessoas ligadas à Agência Central de Inteligência (CIA) e buscava atacar instalações norte-americanas para culpar a Venezuela.
“Não é um conflito. É a agressão dos Estados Unidos, uma agressão militarista contra a Venezuela. É por causa do petróleo e é por causa do gás”, reforçou Rodríguez.
O USS Gravely estará em Trinidad até 30 de outubro, sendo ele uma das sete embarcações que o presidente norte-americano Donald Trump enviou ao Caribe. Até o momento, as forças armadas lideradas por Washington e instaladas no Mar do Caribe realizaram dez ataques letais a barcos na região, o que resultou na morte de 43 pessoas.
(*) Com Telesur























