Venezuela apresenta queixa à ONU sobre crescente agressão dos EUA
Carta rejeita o envio militar de forças navais e aéreas dos EUA para o Caribe, incluindo um submarino de ataque nuclear, que constitui uma ameaça à Zona de Paz
A Venezuela entregou às Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira (28/08), uma comunicação oficial, assinada pelo Presidente Nicolás Maduro, dirigida ao Secretário-Geral do organismo internacional, António Guterres, para denunciar as recentes ameaças dos Estados Unidos da América contra a nação sul-americana.
A declaração enfatiza que esses ataques se intensificaram nos últimos anos através de “sanções ilegais, campanhas de difamação, desrespeito às instituições legítimas da Venezuela e processos politicamente motivados”, atingindo um “nível de ameaça sem precedentes com a mobilização militar dos EUA no Caribe”.
A carta aponta como alarmante a presença de contratorpedeiros, um cruzador de mísseis guiados e a implantação de um submarino de ataque rápido com propulsão nuclear. “A primeira vez na história que meios militares com capacidade nuclear foram introduzidos na América Latina e no Caribe”.
A Venezuela alega que esta ação “viola abertamente o Tratado de Tlatelolco, instrumento que estabeleceu a desnuclearização da região e que também vincula os Estados Unidos nos Protocolos I e II desse tratado”.
Dessa forma, essas operações militares constituem “uma flagrante violação da Carta das Nações Unidas”, em particular dos artigos que consagram a igualdade soberana dos Estados, a solução pacífica de controvérsias, a proibição da ameaça ou do uso da força e o princípio da não intervenção em assuntos internos. “Além disso, desconsideram a Proclamação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) de 2014, que declarou a região como Zona de Paz”, diz.
A introdução de um componente nuclear no Caribe “ameaça à estabilidade hemisférica, corrói a confiança no regime internacional de não proliferação e desarmamento e coloca em risco a paz e a segurança internacionais”.

O governo venezuelano insta o Secretário-Geral da ONU a ‘defender ativamente os valores e princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas’
Yván Gil / Telegram
O governo venezuelano insta o Secretário-Geral da ONU a “assumir a defesa ativa dos valores e princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas, instando o governo dos Estados Unidos a cessar suas ações hostis e a respeitar a soberania, a integridade territorial e a independência política da Venezuela“. O país reafirma que, fiel ao seu compromisso com a paz, “jamais aceitará a imposição da força ou a violação de seus direitos inalienáveis”.
“A humanidade e esta Organização”, escreveu o chefe de Estado venezuelano, “não podem permitir, no século XXI, o ressurgimento de políticas de força que ponham em risco a paz e a segurança internacionais. A Venezuela reitera seu compromisso com o direito internacional, a resolução pacífica de controvérsias e o respeito à soberania dos povos.”
“Nesse sentido, solicito que, no âmbito das atribuições que lhe confere a Carta das Nações Unidas, assuma a defesa ativa de seus valores e princípios”, conclui a carta do presidente Nicolás Maduro.
(*) Com teleSUR























