Venezuela aplica multa de US$ 10 milhões ao TikTok após morte de adolescentes
Presidente do país, Nicolás Maduro, sugeriu que representantes da plataforma chinesa dessem explicações sobre caso de jovens que realizaram desafio que envolvia inalação de substâncias tóxicas
A Venezuela multou o TikTok em US$ 10 milhões (mais de R$ 60 milhões) na segunda-feira (30/12). Caracas acusa a plataforma chinesa de “negligência” no controle de jogos on-line, após a morte de três adolescentes venezuelanos que aceitaram um desafio perigoso que circulava na rede social.
O Supremo Tribunal da Venezuela ordenou que o TikTok faça o pagamento nos próximos oito dias em razão de “sua negligência ao não implementar as medidas necessárias e adequadas para impedir a disseminação de publicações que evocam desafios virais”, informou a juíza Tania D’Amelio.
“Com a multa imposta, o Estado venezuelano criará um fundo para as vítimas do TikTok, destinado a compensar os danos psicológicos, emocionais e físicos causados aos usuários, especialmente se forem crianças e adolescentes”, acrescentou o juiz. “Em caso de descumprimento, esta Sala Constitucional tomará as medidas que considerar pertinentes para o caso”, advertiu.
O processo vinha sendo examinado desde 21 de novembro, quando a Justiça decidiu intervir, após a morte de três adolescentes e o envenenamento de outros 200 em várias escolas do país.
Os jovens inalaram substâncias químicas promovidas como parte de desafios virais veiculados pelo TikTok. No final de novembro, o presidente venezuelano Nicolás Maduro sugeriu que os representantes da plataforma chinesa fossem convocados perante os tribunais após a morte dos três jovens que realizaram esses desafios.

Go4IT
Supremo Tribunal da Venezuela ordenou que o TikTok faça o pagamento da multa nos próximos oito dias
O TikTok está sendo visado em vários países, inclusive nos Estados Unidos, onde tem mais de 170 milhões de usuários. As autoridades norte-americanas suspeitam que o aplicativo esteja espionando os internautas, coletando informações pessoais e servindo de propaganda chinesa. O TikTok refuta essas acusações.
De acordo com uma lei assinada este ano, o proprietário chinês do TikTok, a ByteDance, deve se desfazer do popular aplicativo até janeiro ou correrá o risco de ser banido nos Estados Unidos. Mas o presidente eleito Donald Trump, que assume o cargo em janeiro e tem sua própria rede social, se opõe a isso, argumentando que isso só favoreceria o Instagram e o Facebook.
Outros processos
Em novembro, um grupo de sete famílias francesas anunciou que iria processar a rede social chinesa no tribunal em Créteil, região metropolitana de Paris. Os pais de sete adolescentes criaram um coletivo que acusava o algoritmo da rede social de expor seus filhos a conteúdos que os colocam em risco de vida. A iniciativa foi a primeira do gênero na Europa.
Também em novembro, o Canadá ordenou a liquidação da filial canadense do TikTok, citando “riscos específicos à segurança nacional”, mas sem proibir o acesso e o uso do aplicativo no país.
Já o Brasil ordenou que o TikTok tomasse medidas para proteger os dados pessoais de menores.























