Venezuela acusa Marco Rubio de mentir sobre ataque a barco no Caribe

O ministro da Comunicação e Informação venezuelano, Freddy Ñáñez, contestou nesta terça-feira (02/09), o suposto ataque norte-americano a uma embarcação do grupo narcotraficante Tren de Aragua nos mares caribenhos.

A destruição do barco foi anunciada na noite de ontem (02/09) no Salão Oval pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo chefe do Departamento de Estado, Marco Rúbio, que postou um vídeo nas redes como “prova” da ofensiva.

“Nos últimos minutos, nós acabamos, literalmente, de destruir um barco carregado de drogas. Havia muitas drogas nesse barco. Esse barco saiu da Venezuela, está saindo muita coisa da Venezuela. Então nós o destruímos, e vocês vão ver isso assim que essa reunião terminar”, declarou Trump.

Rubio reforçou a informação: “as Forças Armadas dos EUA conduziram um ataque letal no sul do Caribe contra uma embarcação de drogas que havia partido da Venezuela”.

Segundo Ñáñez, ao submeter as imagens do vídeo no Gemini, a IA apontou haver fortes indícios de que ele tenha sido gerado por inteligência artificial (IA). “Parece que Marco Rubio continua mentindo para seu presidente: depois de colocá-lo em um beco sem saída, ele agora lhe dá como ‘prova’ um vídeo com IA (assim comprovado). O que o Gemini diz sobre este vídeo?”, afirmou o ministro venezuelano, em publicação no Telegram.

O que diz o Gemini?

Reportagem da estatal VTV traz a íntegra da resposta do Gemini, também publicada nas redes sociais pelo ministro. Segundo a IA, o material contém vários sinais de manipulação digital.

Entre eles, uma explosão considerada simplificada e pouco realista, efeitos de água e movimento que revelam texturas artificiais, além da presença de elementos sobrepostos, como o texto “UNCLASSIFIED” e uma marca d’água sem origem identificada.

Venezuela contesta ataque à embarcação anunciado por Trump
Reprodução X Freddy Ñáñez

“Esses elementos, junto com a falta de detalhes são comuns em conteúdo gerado por IA”, diz o Gemini, apontando que a hipótese de que o vídeo se trata de um deepfake ou de um conteúdo sintético, cada vez mais utilizado em campanhas de desinformação, peças de entretenimento e até em expressões artísticas.

“Chega Marco Rubio de incentivar a guerra e tentar manchar as mãos do presidente Donald Trump com sangue”, afirmou o ministro venezuelano ao condenar o uso desse tipo de recursos para justificar narrativas de guerra.