Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, acusou nesta terça-feira (29/07) o governo dos Estados Unidos de manter 33 crianças venezuelanas separadas de suas famílias em território norte-americano, em uma prática que classificou como “criminosa, desumana e ultrajante”.

“É impróprio de um Estado que se diz defensor das liberdades, enquanto viola os direitos mais básicos das crianças”. O chanceler apontou embaixador John McNamara, encarregado de negócios dos EUA na Colômbia, como “autor material” da situação, qualificando-a como ilegal e imoral.

Já Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, comparou a separação das famílias a práticas nazistas: “Não há diferença entre uma menina tirada de sua mãe em campos de concentração nazistas e o sequestro dessas crianças venezuelanas”.

Segundo a emissora estatal Telesur, algumas das crianças estariam em lares adotivos com famílias desconhecidas, expostas a situações de vulnerabilidade.

O presidente Nicolás Maduro anunciou em 18 de julho que o governo venezuelano trabalha para resgatar menores detidos em centros de imigração dos EUA. Até o momento, sete crianças foram repatriadas – parte de um grupo de pelo menos 34 mantidas sob custódia norte-americana.

Venezuela exige a libertação de 33 crianças venezuelanas mantidas nos EUA

Venezuela exige a libertação de 33 crianças venezuelanas mantidas nos EUA
Yván Gil Pinto / Telegram

Venezuela abre investigação contra Bukele

O governo venezuelano anunciou a abertura de uma investigação formal contra o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e outras autoridades do país, por supostas violações graves de direitos humanos contra 252 cidadãos venezuelanos detidos no Centro de Confinamento de Terrorismo (Cecot).

Os venezuelanos, que haviam sido deportados pelos Estados Unidos para El Salvador em março de 2024, retornaram à Venezuela na última sexta-feira (18/07) após uma troca de prisioneiros mediada pelo governo norte-americano.

Eles denunciaram um cenário de tortura sistemática, abusos sexuais, isolamento prolongado, disparos de balas, recebimento de água e comida contaminadas, privação de cuidados médicos e inúmeras outras violações ao devido processo legal.

Os cidadãos venezuelanos foram deportados após o governo Trump aplicar a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, que permitiu sua remoção sem os procedimentos normais de imigração. Na época, a Associação Americana de Juristas (AAJ) apresentou uma denúncia ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, alertando para as condições desumanas enfrentadas pelos detidos.