Turquia bombardeia curdos no Iraque e Síria após ataque a estatal da área de defesa
Autoria do atentado no país não está clara já que os curdos aventavam deixar as armas
A força aérea da Turquia alvejou objetivos curdos no Iraque e na Síria nesta quarta-feira (23/10), numa provável retaliação a um atentado contra uma indústria estatal da área de defesa — a TUSAS –, ocorrido horas antes. De acordo com o governo turco, 32 alvos do PKK foram destruídos e as operações de sua aviação contra os curdos prosseguem.
No ataque a TUSAS morreram cinco pessoas e 22 ficaram feridas quando alguns homens detonaram explosivos e abriram fogo contra suas instalações, Essa companhia estatal projeta, fabrica e monta aeronaves civis e militares, veículos aéreos não tripulados e diversos sistemas espaciais de defesa. Os veículos não tripulados fabricados pela TUSAS vem sendo importantes no combate aos rebeldes curdos.
Ninguém assumiu o atentado
Nenhum grupo ainda assumiu a autoria do atentado, mas o governo da Turquia culpa os curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). “Vamos perseguir esses terroristas do PKK até que o último seja eliminado”, disse o ministro da Defesa turco Yasar Guler
“.Condeno este hediondo ataque terrorista e desejo misericórdia aos nossos mártires”, disse o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Mas a autoria do atentado é incerta porque, além de militantes curdos, o Estado Islâmico e alguns grupos de esquerda já realizaram ataques no país no passado recente. Além disso, um dia antes do atentado, o líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Ocalan, preso desde 1999, referiu-se à possibilidade de abandono da luta armada pelo PKK,durante uma visita que recebeu na prisão nessa terça-feira (22/10).

Wikimedia
Quartel General da TUSA, Turkish Aerospace Industries
Curdos consideram deixar as armas
“Se existiram as condições adequada, tenho o poder teórico e prático para transferir este proceso do terreno do conflito e da violência para o terreno jurídico e político”, disse Ocalan em mensagem escrita entregue a um deputado do partido pró-curdo DEM e veiculada por vários meios de comunicação, Ele cumpre prisão perpétua 1999.
No mesmo dia, o líder do Partido do Movimento Nacionalista (MHP), de extrema direita, Devlet Bahceli, aventou a possibiidade de que Ocalan obtivesse liberdade condicional, desde que abdicasse da violência e dissolvesse o PKK,
Líderes de diversos países que participam do encontro dos BRICS na Rússia condenaram o ataque, que Putim chamou “hediondo atentado terrorista”. A embaixada iraquiana em Ancara divulgou uma declaração em que afirma “rejeitar o terrorismo e extremismo em todas as suas formas e manifestações” e manifesta sua solidariedade com o povo e o governo da Turquia,
O PKK, considerado grupo terrorista pela Turquia e aliados, luta pela autonomia no sudeste da Turquia, conflito que matou dezenas de milhares de pessoas desde os anos 80.
As circunstâncias do atentado ainda são obscuras porque o governo bloqueou as imagens que estavam sendo transmitidas ao vivo do local. Antes disso, a TV Habertürk tinha informado que havia reféns no local. Outros relatos da mídia falavam em atentado suicida.























