Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Um forte terremoto de magnitude 8,8 sacudiu o extremo oriente da Rússia, nesta terça-feira (30/07), gerando ondas de tsunami que afetaram diversas regiões do Oceano Pacífico, atingindo partes da Rússia, Japão, Estados Unidos. Filipinas, Taiwan, Indonésia, Alasca, Chile e Equador podem sofrer impactos ao longo do dia.

O epicentro do tremor foi localizado a 136 km da cidade costeira de Petropavlovsk-Kamchatsky, na Península de Kamchatka, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). As ondas causaram inundações e levaram diversos países a emitirem alertas e ordens de evacuação imediata.

Na Rússia, o impacto foi imediato. A cidade portuária de Severo-Kurilsk foi atingida por ondas superiores a 3 metros, chegando a 5 metros em algumas áreas, conforme informou a agência Ria Novosti. O distrito de Elizovsky também registrou ondas entre três e quatro metros.

Vídeos publicados nas redes sociais mostraram ruas alagadas e edifícios parcialmente submersos. As autoridades declararam estado de emergência em Petropavlovsk-Kamchatsky, e cerca de 2 mil pessoas foram evacuadas. “As paredes tremiam. Pegamos a mala com água e roupas e corremos. Foi muito assustador”, relatou uma moradora à mídia estatal.

Terremoto de magnitude 8,8 no extremo oriente da Rússia gerou ondas que afetaram regiões do Pacífico
© Filial de Kamchatka do Centro Federal de Pesquisa do Serviço Geofísico Unificado da Academia Russa de Ciências

No Japão, a Agência Meteorológica alertou para risco contínuo de tsunami por pelo menos mais um dia, com ondas de até 3 metros previstas para a costa leste do país. Evacuações foram ordenadas em várias áreas costeiras, da ilha de Hokkaido até a província de Wakayama.

A companhia Tokyo Electric Power Company (TEPCO) suspendeu a liberação de água tratada da usina de Fukushima e retirou trabalhadores da área, como medida preventiva. O especialista japonês Kubota Tatsuya alertou: “Tsunamis movem toda a coluna de água, não apenas a superfície. Mesmo ondas pequenas têm força destrutiva considerável”.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, as primeiras ondas chegaram à costa oeste por volta da 1h12 no horário local (08h12 GMT), começando por San Francisco. Outros pontos atingidos foram Monterey, Eureka e Seattle.

O Serviço Nacional de Meteorologia informou que os efeitos ainda estão sendo monitorados, pois as ondas podem aumentar com o tempo. Em Monterey, autoridades emitiram ordens de evacuação para o porto, Breakwater Cove e áreas próximas.

No Havaí, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico inicialmente emitiu um alerta de tsunami, depois rebaixado para um aviso. Isso significa que, embora a ameaça imediata tenha diminuído, há risco de correntes fortes e inundações costeiras.

Ondas de até 1,3 metro foram registradas em Kahului, enquanto Kawaihae observou ondas de 45 cm e Hilo Bay, de 30 cm. Os moradores que haviam evacuado foram autorizados a retornar, mas as autoridades mantiveram o alerta para perigos residuais.

Guam e as Ilhas Marianas do Norte também enfrentaram consequências. O USGS relatou ondas de até 30 cm na região e alertou para a possibilidade de flutuações no nível do mar, inundações leves e correntes marítimas incomuns. Os efeitos devem persistir por algumas horas antes de diminuírem gradualmente.

Outras regiões afetadas

A professora Sue Dawson, da Universidade de Dundee, na Escócia, destacou que a posição do terremoto no oceano coloca toda a região do Pacífico em risco. “O sistema de alertas no Pacífico é eficiente, o que ajudou a evacuar áreas costeiras. Mas tsunamis podem durar horas e variar conforme a profundidade do terremoto”, disse à Al Jazeera.

A propagação do alerta atingiu também as Filipinas, Taiwan, Indonésia, Alasca, Equador e Chile. “Temos um alerta de tsunami para toda a costa do Chile para amanhã. O protocolo é evacuar 3 horas antes da estimativa de chegada da onda”, afirmou o presidente Boric nas redes sociais.

Países mantêm os alertas em vigor e recomendam que a população evite áreas costeiras, mesmo após a passagem das primeiras ondas. O terremoto registrado na Península de Kamchatka está entre os dez mais fortes já medidos pela agência geológica americana. Especialistas reforçam que múltiplas ondas podem ocorrer ao longo do dia, e que o nível da maré poderá se elevar ainda mais caso novas ondas coincidam com a maré alta.