Trump impõe tarifas de 25% contra Índia por ser ‘maior comprador’ de energia russa
Presidente dos EUA argumentou que Washington tem 'grande déficit' com governo indiano e criticou relações comerciais de Nova Délhi com Moscou
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu impor tarifas de 25% sobre produtos importados da Índia a partir desta sexta-feira (01/08), ao argumentar que a penalidade se deve não apenas por questões que afetam a economia norte-americana, mas também pelas relações comerciais de Nova Délhi com Moscou.
“Eles sempre compraram a grande maioria de seus equipamentos militares da Rússia e são o maior comprador de energia da Rússia, junto com a China, em um momento em que todos querem que a Rússia pare de matar na Ucrânia – tudo que não é bom!”, escreveu o magnata na plataforma Truth Social.
No comunicado, Trump apontou que os EUA têm “um grande déficit” com a Índia que, de acordo com ele, tem “as barreiras comerciais mais rígidas e incômodas de qualquer país”.
“Embora a Índia seja nossa amiga, fizemos poucos negócios com eles ao longo dos anos porque suas tarifas são muito altas, entre as maiores do mundo”, disse.
Vale lembrar que a Índia é quem presidirá a próxima cúpula do BRICS, em 2026, o bloco das economias em desenvolvimento. O grupo tem estudado o uso de moeda local para a realização de transações financeiras entre países-membros, na chamada “desdolarização”, uma medida que tenta reduzir a dependência do dólar americano e tem irritado Trump.

Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
The White House
Tarifaço contra Brasil
Também nesta sexta-feira entrará em vigor o tarifaço dos EUA contra o Brasil, que tem feito esforços para avançar nas negociações com o governo norte-americano em meio a uma crise diplomática entre os países.
Mais cedo nesta quarta, o presidente dos EUA declarou que o prazo para que os parceiros comerciais do país, incluindo o Brasil, negociem as tarifas com sua nação não será prorrogado.
“O prazo de 1º de agosto é o prazo de 1º de agosto. Ele continua firme e não será prorrogado. Um grande dia para a América!!!”, escreveu.
No dia anterior, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou à imprensa a possibilidade de diálogo entre Brasília e Washington para suspender a tarifa de 50% imposta por Trump sobre os produtos brasileiros. Entretanto, assegurou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não cederia a pressões nem negociaria em posição de inferioridade.
“O Brasil nunca deixou de buscar o entendimento, mas é preciso que as conversas ocorram com equilíbrio e respeito mútuo. Não estamos dispostos a negociar de forma apressada ou submissa”, destacou.
(*) Com Ansa























