Trump garante estar perto de fechar acordo comercial com a China
Pequim confirma progresso das negociações e afirma que revisará pedidos de exportação de itens controlados por lei
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (23/07) que seu país está perto de concluir um acordo comercial com a China, um passo significativo que pode reduzir as tensões econômicas entre as duas maiores economias do mundo.
Durante seu discurso na conferência “Vencendo a corrida da IA”, Trump enfatizou que “nós [os EUA] estamos no processo de concluir nosso acordo com a China”. Embora não tenha fornecido detalhes específicos, as declarações sugerem progresso nas negociações bilaterais.
As discussões entre Washington e Pequim se intensificaram nos últimos meses, após um período de atrito marcado pela imposição de tarifas e restrições comerciais.
Em maio de 2025, ambos os países concordaram em Genebra, na Suíça, em reduzir significativamente as tarifas impostas a partir de abril, estabelecendo uma pausa de 90 dias nas tarifas adicionais, com uma taxa de 10% sobre os produtos norte-americanos e de 30% sobre os chineses.
Essa estrutura, consolidada em reuniões em Londres, capital do Reino Unido, incluiu compromissos para facilitar as exportações de terras raras da China e afrouxar as restrições dos EUA à tecnologia chinesa e aos vistos de estudante.
O acordo em curso busca estabilizar as relações comerciais, impactadas por uma guerra tarifária que atingiu níveis de até 145% nas tarifas no início de 2025, afetando o comércio bilateral e as cadeias de suprimentos globais.
Terras raras
A China, que controla cerca de 70% da produção mundial de terras raras, essenciais para indústrias como automotiva e de tecnologia, concordou em revisar os pedidos de exportação desses materiais, enquanto os EUA suspenderam algumas restrições a produtos e softwares tecnológicos.

Acordo em curso busca estabilizar relações comerciais impactadas por guerra tarifária com cobranças de até 145%
Shealah Craighead / White House
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, lideraram as negociações, com o objetivo de implementar o consenso alcançado em Genebra. O acordo também prevê um mecanismo de diálogo contínuo para lidar com desequilíbrios comerciais, como o déficit de bens dos EUA com a China, que atingiu US$ 295,4 bilhões em 2024.
No entanto, o escopo do acordo permanece limitado, pois não aborda disputas estruturais de longo prazo, como subsídios chineses a suas empresas ou transferência forçada de tecnologia. Especialistas alertam que, embora o pacto reduza as tensões imediatas, os desafios permanecem para alcançar uma resolução duradoura.
“O acordo representa um passo positivo, mas está longe de ser uma redução substancial das hostilidades comerciais”, disse Eswar Prasad, professor de política comercial da Universidade Cornell.
A China confirmou o progresso, dizendo que revisará os pedidos de exportação de itens controlados pela lei, embora não tenha mencionado especificamente terras raras.
Por sua vez, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, enfatizou que o acordo permitirá que a China “entregue terras raras aos Estados Unidos” em troca da eliminação de contramedidas dos EUA, como restrições às exportações de tecnologia.























