Trump diz 'não acreditar' que 'entrará em guerra' com Venezuela
Washington mantêm presença militar no Caribe há 11 semanas; ao menos 62 pessoas morreram
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou em uma entrevista recente ao programa “60 Minutes” da CBS News que não acredita que seu país “entrará em guerra” com a Venezuela. “Duvido. Não acho que isso vá acontecer”, disse o presidente, respondendo a uma pergunta sobre o assunto.
No entanto, Trump voltou a fazer acusações infundadas contra Caracas, alegando que os EUA foram tratados “muito mal”, e não apenas em relação às drogas. “Eles trouxeram centenas de milhares de pessoas para o nosso país que não queríamos. Pessoas das prisões. Eles esvaziaram suas prisões e as enviaram para o nosso país. Além disso, se você analisar, eles esvaziaram seus hospitais psiquiátricos e asilos nos EUA porque Joe Biden foi o pior presidente da história do nosso país”, afirmou, sem apresentar qualquer prova para sustentar suas alegações.
Por outro lado, o presidente foi questionado sobre a possibilidade de ordenar operações terrestres em território venezuelano. “Não estou dizendo. Quer dizer, não estou dizendo que é verdade ou mentira, mas eu, sabe, não me sentiria inclinado a dizer que faria isso”, afirmou, acrescentando que não discute tais assuntos com jornalistas.
Existem ‘planos concretos’ para atacar a Venezuela?
Neste domingo (02/10), Trump também foi questionado pela imprensa sobre a existência de “planos concretos” para lançar ataques contra a Venezuela em um futuro próximo. “Como eu poderia responder a uma pergunta dessas? Existem planos para um ataque à Venezuela? Quem diria isso? Mesmo que existissem, eu diria honestamente? Temos planos. Temos planos muito secretos. Bem, quem diria isso? Sabe, que tipo de pergunta é essa? Veja, vamos ver o que acontece com a Venezuela”, respondeu ele.
As declarações de Trump surgem depois de ele ter afirmado, na sexta-feira (31/10), que não está considerando atacar a Venezuela, em meio à pressão e à agressão de Washington contra Caracas sob o pretexto não comprovado de combater o narcotráfico.

O presidente afirmou, sem qualquer fundamento, que ‘a Venezuela tratou os Estados Unidos muito mal’
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O verdadeiro motivo por trás da agressão
Os Estados Unidos mantêm uma presença militar no Mar do Caribe há onze semanas, sob a justificativa de combater as drogas; e, sob esse pretexto, bombardearam diversas pequenas embarcações na área que supostamente transportavam drogas, embora não tenham apresentado provas disso.
Maduro declarou repetidamente que seu país é vítima de “uma guerra multifacetada” orquestrada pelos EUA e acusou Washington de inventar “uma nova guerra eterna”.
O presidente explicou que a agressão dos EUA contra a Venezuela visa “mudar o regime” em seu país e roubar sua “imensa riqueza petrolífera”. “A verdade é que a Venezuela é inocente, e tudo o que está sendo feito contra a Venezuela é para justificar uma guerra, uma mudança de regime e para roubar nossa imensa riqueza petrolífera , que é a maior reserva de petróleo do mundo e a quarta maior reserva de gás”, afirmou.
“Todas as conspirações da CIA contra a Venezuela, nesses 26 anos, foram baseadas em histórias e fábulas de Hollywood, onde nós somos sempre os vilões”, continuou ele .
“Eles, os supremacistas imperialistas, são sempre os mocinhos, vêm para nos salvar e trazer a democracia”, ironizou Maduro, referindo-se aos golpes de Estado apoiados pela CIA na América Latina no século XX.
A falsidade do pretexto de combater o narcotráfico
Relatórios de organizações como as Nações Unidas descartam a possibilidade de que substâncias ilegais destinadas aos EUA sejam produzidas ou traficadas na Venezuela.
“É mentira que a Venezuela envie esse veneno para lá. Não existe um único hectare de folha de coca na Venezuela, não existem laboratórios. E quando os encontramos, explodimos tudo”, afirmou Maduro anteriormente.
Um relatório da ONU especifica que 87% dos narcóticos destinados aos EUA seguem a rota do Pacífico, principalmente da Colômbia e do Equador, enquanto 8% entram pela região colombiana de Guajira. Conclusões semelhantes são apresentadas no “Relatório Europeu sobre Drogas 2025: Tendências e Progressos”.
Além disso, a própria DEA não menciona a Venezuela como um centro de cultivo, processamento ou distribuição de substâncias ilícitas.























