Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou neste fim de semana o envio de 300 membros da Guarda Nacional para Chicago, em meio a um movimento de colocar as Forças Armadas para ‘por ordem’ em cidades administradas por seus adversários.

Desta vez, a Casa Branca justificou o envio dos soldados à cidade mais populosa do estado de Illinois, citando “distúrbios violentos e desordem persistente” que as autoridades locais “não conseguiram conter”. “O presidente Trump não fará vista grossa à ilegalidade que assola as cidades americanas”, disse a porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson.

A decisão ocorre após agentes da Patrulha de Fronteira (Border Patrol) terem baleado uma mulher, na última sexta-feira (03/10), durante uma operação no sudoeste da cidade. Nas redes sociais, a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, anunciou: “estou mobilizando mais operações especiais para controlar a cena. Reforços estão a caminho. Se você vir um policial hoje, agradeça.”

‘Espetáculo fabricado’

O governador democrata de Illinois, JB Pritzker, classificou a ação como “um espetáculo fabricado, não um esforço sério para proteger a segurança pública”. Em comunicado, ele contou ter recebido um ultimato do Departamento de Guerra e disse que a medida ocorre “após uma escalada sem precedentes de agressões contra cidadãos e moradores de Illinois.”

“Esta manhã, a administração Trump me deu uma escolha: convoque suas tropas ou nós o faremos. É absolutamente ultrajante e antiamericano exigir que um governador envie tropas militares dentro de nossas próprias fronteiras e contra a nossa vontade”, afirmou.

Segundo Pritzker, “eles vão tirar os americanos trabalhadores de seus empregos regulares e de suas famílias para participar de uma encenação fabricada – não um esforço sério para proteger a segurança pública. Para Donald Trump, isso nunca foi uma questão de segurança. Isso é uma questão de controle”.

Trump autoriza envio da Guarda Nacional a Chicago após manifestante ser baleada por Patrulha de Fronteira
Daniel Torok/ White House – Flickr

Protestos contra política migratória

Protestos contra a intensificação das ações de imigração do ICE, a Agência de Imigração e Alfândega, administrada por Tom Homan, um dos maiores defensores da deportação em massa, acontecem em todo o país há meses.

Em Chicago, a repressão aos manifestantes levou à prisão de 13 pessoas na última sexta-feira (03/10). Eles se concentraram na frente do centro de detenção do ICE de Broadview.

Em comunicado, o Departamento de Segurança Interna reconheceu ter disparado contra uma mulher no sudoeste da cidade. O órgão afirmou que agentes da patrulha de fronteira foram encurralados por dez veículos e  “um suspeito tentou atropelá-los, forçando os policiais a atirar defensivamente”.

A mulher baleada era cidadã americana e estava armada, afirmou a porta-voz do DHS. Ela foi tratada e liberada à tarde. No mês passado os agentes federais de imigração atiraram e mataram um imigrante mexicano em um subúrbio de Chicago que tentava supostamente fugir de uma blitz de trânsito.